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A bancada feminina do Partido dos Trabalhadores (PT) acusou a “extrema-direita” de promover ataques “machistas” à primeira-dama Janja Lula da Silva, em nota publicada no site do PT na Câmara neste sábado (28).
A manifestação de solidariedade ocorre após o Estadão revelar, na quinta-feira (26), que uma equipe de assessoria da primeira-dama já gastou R$ 1,2 milhão em viagens. Os salários médios, segundo o jornal, custam cerca de R$ 160 mil mensais aos cofres públicos.
O tema ganhou destaque nos principais jornais do país e inundou as redes sociais. No comunicado, as deputadas afirmam que Janja “ressignificou” o papel de primeira-dama e “rompeu com o conceito arcaico e machista de subserviência e passividade”.
“É legítimo que ela conte com assessoria e condições adequadas para desempenhar seu papel, assim como ocorre em muitos países onde as companheiras de governantes têm atuações ativas, de acordo com seus perfis pessoais e políticos”, diz a nota. “Não toleramos os ataques da extrema direita, carregados de machismo, que buscam desqualificar o trabalho e a força de uma mulher em posição de protagonismo. Em uma sociedade que desqualifica o trabalho de uma mulher, não há espaço para uma democracia plena.”
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) prometeu acionar o Tribunal de Contas da União (TCU) para investigar os gastos da primeira-dama com seu gabinete informal. Também revelou que acionará o Ministério Público Federal (MPF) para averiguar se há improbidade administrativa.
“Além de promover shows com dinheiro público e gastar milhões em viagens e hotéis luxuosos, Janja também possui um gabinete próprio bancado com os impostos dos brasileiros. Servidores públicos estão sendo utilizados por Janja para alavancar as redes sociais da primeira-dama em um nítido caso de desvio de função”, escreveu o deputado em seu perfil no X.
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Federal Gleisi Hoffmann, já havia se manifestado em favor de Janja na sua conta no X, na sexta-feira (27). Ela rebateu as críticas da oposição sobre o caso.
Hoffmann afirmou que Janja trabalha em “causas muito objetivas, como a defesa dos direitos das mulheres contra a violência, o incentivo e difusão nacional e internacional da cultura, a causa dos direitos animais, entre tantas outras”. “É uma cidadã consciente e politicamente ativa, que enfrenta de cabeça erguida os preconceitos, o machismo e a misoginia que ainda são muito presentes em nossa sociedade”, escreveu a deputada.