Presidente do STF diz que militares foram “manipulados e arremessados na política por más lideranças”.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O ministro Luís Roberto Barroso, que preside o Supremo Tribunal Federal (STF), criticou a politização das Forças Armadas nesta segunda (4), atribuindo-a a uma má liderança e descrevendo a atuação delas como um “papelão” na comissão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) antes das eleições de 2022. A fala é semelhante à dada na semana passada, em que disse que o comportamento dos militares foi “decepcionante”.

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“Foram manipulados e arremessados na política, por más lideranças, fizeram um papelão no TSE. Convidados para ajudar na segurança e para dar transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficarem levantando suspeitas falsas”, disse durante um evento na Faculdade de Direito da PUC-SP.

Barroso relembrou sua iniciativa de convidar os militares para participar da comissão de transparência eleitoral do TSE, visando reduzir as críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) às urnas eletrônicas. No entanto, a atuação dos militares na comissão acabou gerando mais ataques ao sistema eleitoral, o que levou membros de tribunais superiores a considerarem um erro o convite para a participação dos militares.

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O ministro também não poupou críticas à gestão do ex-presidente, apontando a não demarcação de terras indígenas, a paralisação do Fundo Amazônia e o “negacionismo” durante a pandemia como exemplos de retrocessos. Ele ressaltou que tudo o que afirmava eram “fatos objetivos”.

“As investigações vão revelando que tivemos mais próximo do que pensávamos do impensável. Nós achávamos que já havíamos percorrido todos os ciclos do atraso institucional para termos que nos preocuparmos com ameaça de golpe de Estado. [Isso acabou] culminando no 8 de janeiro [de 2023], que não foi um processo espontâneo, foi uma articulação”, disparou.

Luís Roberto Barroso atribuiu essa iminência de um golpe ao uso da inteligência para perseguir adversários, incentivo a acampamentos em frente a quartéis do Exército e ataques à imprensa.

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Após o evento, Barroso falou sobre as críticas aos militares, enfatizando o papel constitucional das Forças Armadas e ressaltando que a politização delas depende menos da instituição e mais da liderança.

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“Ressaltei o papel exemplar que as Forças Armadas desempenharam nos 35 anos da democracia brasileira cumprindo funções constitucionais e fora da política. E um dos pontos, que eu acho que nós já estamos superando, foi o que todos consideraram indevida politização das Forças Armadas e que depende menos da instituição e mais da liderança”, concluiu.

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