O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, afirmou em nota, nesta quinta-feira (13), que ao utilizar a expressão “derrotamos o bolsonarismo”, se referia “ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria”.
“Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”, disse o magistrado, em nova nota divulgada pelo STF.
Mais cedo, a Corte, em nota oficial, saiu em defesa do ministro, dizendo, porém, que ele se referia ao “voto popular e não à atuação de qualquer instituição”. Na nova nota, assinada pelo próprio Barroso, ele não fala em voto popular. No momento da fala de seu discurso, no Congresso da UNE, nesta quarta (12) em Brasília, ele também não usou a expressão.
“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo, para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, afirmou. Antes, ele foi vaiado por parte dos estudantes que o criticam por ter suspendido, em setembro do ano passado, a lei que instituiu um piso salarial da enfermagem. “Já enfrentei a ditadura e já enfrentei o bolsonarismo… não me preocupo. E mais do que isso, foi eu quem consegui o dinheiro da enfermagem, porque não tinha dinheiro”, afirmou em outro momento das vaias.
A declaração de Barroso motivou parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro a anunciar um novo pedido de impeachment. A lei diz que é crime de responsabilidade de um ministro exercer atividade político-partidária e proceder de modo incompatível com a honra dignidade e decoro de suas funções.
Mais cedo, questionado sobre a declaração, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a quem cabe abrir pedidos de impeachment de ministros, disse que a fala de Barroso “foi muito inadequada, inoportuna e infeliz” e que ele deveria pedir uma retratação. De qualquer modo, não falou sobre impeachment.
“A arena política se resolve com as manifestações políticas e com a ação política dos sujeitos políticos. Um ministro do Supremo Tribunal Federal, evidentemente, deve se ater a seu cumprimento constitucional de julgar aquilo que é demandado. A presença do ministro, num evento de natureza política, com uma fala de natureza política, é algo que reputo infeliz, inadequado e inoportuno. E o que espero é que haja, por parte do ministro Luís Roberto Barroso, uma reflexão em relação a isso e eventualmente uma retratação”.
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