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Judiciário

Barroso diz que não se arrepende do “perdeu, mané” a apoiador de Bolsonaro em 2022

Luís Roberto Barroso
Presidente do STF diz que estava aborrecido na época por uma suposta perseguição que sofreu durante uma viagem a Nova York. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, diz que não se arrepende de ter retrucado um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com a expressão “perdeu, mané”, durante uma viagem a Nova York em 2022.

A fala, na época, levou a críticas contra ele de que estaria politizando as decisões da Corte que miravam justamente o então presidente. Barroso afirma que “absolutamente” não se arrepende do tom contra a crítica, mas lamenta e justifica por estar aborrecido na época.

“Passei três dias em Nova York sendo seguido pelas ruas por pessoas gritando todos os palavrões que se possa imaginar e alguns que eu nem conhecia. Eu tive uma reação para demonstrar que sou humano”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo publicada neste domingo (7).

De acordo com ele, a filha dele também foi alvo de hostilização na época, quando estava estudando no país. Barroso diz que o telefone dela foi “invadido” e que lhe enviaram “grosserias e barbaridades”.

“Quando atinge a família, causa um tipo de aborrecimento um pouco diferenciado. Alguém me perguntou: “O senhor se arrepende?”. Absolutamente não. Mas lamento”, completou.

Apesar de dizer que não se arrepende da fala, Barroso afirmou, na época, que tem “o maior respeito e consideração pelos 58 milhões de pessoas que votaram em um candidato. Porque, como eu disse antes, a democracia não é um modelo de alguns, é o governo de todos e, portanto, todos merecem respeito e consideração, mas os humanos têm o direito de perderem a paciência em alguns momentos da vida”.

Barroso chegou a ser alvo de um pedido de impeachment por um grupo de seis senadores, além de acusado de atuação político-partidária na época no caso da discussão sobre o voto impresso na Câmara, em 2021. Ele teria se reunido com lideranças partidárias.

Ainda na entrevista publicada neste domingo (7), o ministro confirmou que se empenhou para que a volta do voto impresso não fosse aprovada, mas negou que tenha cometido ativismo.

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