O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu nesta terça-feira (14) a regulação das redes sociais para o combate às fake news. Ele destacou que o ódio gera mais engajamento e que algumas plataformas estão “articuladas a um movimento de extrema-direita global”. O magistrado disse que as big techs devem ser mais “cooperativas”.
“Algumas [empresas] estão ganhando consciência do mal que podem fazer para humanidade e do desprestígio que trazem para si. Agora, algumas servem a causas próprias, causas comerciais, de conseguir mais engajamento com o ódio. Infelizmente o ódio, a mentira e a desinformação trazem mais engajamento, e algumas empresas estão articuladas a um movimento de extrema-direita global”, disse Barroso a jornalistas.
O presidente do STF participou da terceira sessão do J20, que reuniu representantes de tribunais dos países membros do G20, no Rio de Janeiro. O ministro citou as fake news disseminadas sobre a tragédia no Rio Grande do Sul causada pelas fortes chuvas.
“Em algum momento isso vai ter que ser regulado e as pessoas precisam ter a consciência de que a gente está aqui para fazer o bem e não para fazer o mal. É inacreditável que a motivação política baixa faça com que se tripudie sobre as mortes, sobre o flagelado, sobre esse momento dramático do Rio Grande do Sul”, disse.
Barroso reconheceu a dificuldade enfrentada pelas plataformas na identificação de todas as fake news. “Em alguns casos, ela [a desinformação] é evidente. Em muitos outros, estão numa linha de fronteira em que não é muito fácil fazer esse controle por algoritmo. Veja, nós estamos falando de milhões de postagens por dia. Portanto, não é um controle que possa ser feito por via humana. Isso tem que ser feito por algoritmo, com todas as suas dificuldades”, afirmou o ministro.
Nesta semana, o Supremo abriu um inquérito para as investigar supostas fake news sobre a situação no Rio Grande do Sul. O pedido de investigação partiu do governo Lula e tramita em sigilo na Corte. A ministra Cármen Lúcia foi sorteada relatora do caso. O caso chegou ao STF porque algumas postagens foram feitas por parlamentares de oposição.
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