![Barroso sobre junção de eleições municipais e presidenciais: “compromete qualidade do voto” O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF)](https://media.gazetadopovo.com.br/2020/04/19171129/luis-roberto-barroso-sft-ministro-960x540.jpg)
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou ser "totalmente contra" o aglutinamento das eleições municipais às eleições gerais de 2022, em razão do avanço da pandemia do novo coronavírus no Brasil. As declarações foram dadas nesta sexta-feira (1º) durante transmissão ao vivo realizada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).
Barroso destacou que os representantes do último pleito municipal foram eleitos para um mandato de quatro anos, e não seis. Ele também destacou a maior dificuldade que a Justiça Eleitoral teria de avaliar todos os pedidos de impugnação de candidaturas durante as campanhas, o que poderia levar a cassações e anulações dos pleitos tardiamente. As eleições de outubro devem contar com pelo menos 750 mil candidatos para cargos como prefeitos e vereadores, informou.
Além disso, os eleitores também seriam prejudicados pela maior complexidade do pleito, que teria a escolha de sete candidatos diferentes. "É muita informação ao mesmo tempo e com a quantidade de partidos e candidatos que temos, você compromete a qualidade do voto e a capacidade do eleitor de fazer uma escolha consciente", destaca.
Outro risco ressaltado por Barroso seria a mistura das pautas das esferas de poder, no que ele chamou de "municipalização da eleição nacional" e "nacionalização da eleição municipal".
Ressaltou, porém, que o país não deve descartar o adiamento das eleições municipais do primeiro domingo de outubro para novembro ou dezembro. "Se não houver condições de realizá-las em segurança absoluta, acho que nós corremos o risco de termos que adiar as eleições", afirmou.
Ele afirma que a decisão deve ser pautada por parâmetros sanitários e não políticos, apesar de demandar aprovação do Congresso Nacional. "Por minha vontade, nada seria modificado porque as eleições são um rito vital para a democracia, porém, há um risco real", avaliou.
Tudo sobre as eleições de 2020.
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