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Base de Anapólis

Como é a base militar que vai receber os brasileiros de Wuhan

Aviões da FAB decolam de Brasília para buscar brasileiros que estão em Wuhan, na China. A equipe e os brasileiros resgatados passarão por quarentena na Base Aérea de Anápolis.
Aviões da FAB decolam de Brasília para buscar brasileiros que estão em Wuhan, na China. A equipe e os brasileiros resgatados passarão por quarentena na Base Aérea de Anápolis. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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A repatriação dos brasileiros que estão em Wuhan, epicentro do surto de coronavírus na China, vai acontecer até sábado (8). Pelo menos essa é a expectativa do governo federal. Os dois aviões cedidos pela Presidência decolaram nesta quarta-feira (5), pouco depois do meio-dia. A estimativa é que entre 30 e 40 pessoas voltem para Brasil. Elas vão desembarcar diretamente na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, onde vão passar 18 dias em quarentena, junto com a equipe enviada para realizar o resgate.

A base foi escolhida pela baixa movimentação e proximidade com o Hospital da Força das Forças Armadas, em Brasília, segundo a Agência Brasil. A unidade militar está localizada a 55 km de Goiânia e 5 km de Anápolis e tem uma área total de 1,65 mil hectares. Dentro da base são 66 alojamentos, divididos em dois hotéis para militares em trânsito. Um efetivo de 1,7 mil pessoas trabalha no local entre militares e civis.

Funcionamento da Base de Anápolis 

A base começou a ser construída em 1970 e foi inaugurada dois anos depois. Ela abriga cinco modelos de aeronaves, entre caças e aviões cargueiros. Os modelos são o F-5, R-35, E-99, R-99 e o KC 390, segundo o G1. O KC-390 é o maior cargueiro já produzido no país, o primeiro foi entregue em 2019. São quatro unidades de apoio para operações com as aeronaves.

A unidade militar foi vistoriada por membros do governo, profissionais dos Ministérios da Defesa, da Saúde e das Relações Internacionais e agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na tarde de terça-feira (4). No mesmo dia, dois jatos Legacy, da Força Aérea Brasileira (FAB), que devem prestar apoio na missão partiram com destino à China.

Segundo o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, as pessoas que não tem sintomas ficarão numa área branca, se apresentarem algum problema podem passar para uma área amarela e, caso necessário, para a vermelha. A transição para a área vermelha significa uma evacuação aeromédica para o Hospital das Forças Armadas, em Brasília.

Trajeto e comitiva

As equipes estão em aeronaves VC-2, aviões reservas da Presidência. Quatro paradas estão programadas antes da chegada em Wuhan. Os aviões saem de Brasília, fazem a primeira parada em Fortaleza, seguido de Las Palmas (Ilhas Canárias, Espanha), Varsóvia (Polônia) Urumqi (China) e por fim Wuhan (China). São paradas técnicas para abastecimento. Serão 47 horas de voo.

"O governo Bolsonaro deu uma resposta bem rápida", disse o ministro Fernando Azevedo. Questionado sobre o fato de países europeus e o Japão já terem iniciado as tratativas e até o efetivo resgate de seus cidadãos desde o fim do mês passado, o ministro disse que as condições são "diferentes". O Brasil só decidiu realizar a busca no domingo passado. A missão foi planejada e preparada, com envio de equipamentos do Rio de Janeiro, em 48 horas.

"Olha as distâncias, olha os recursos que eles têm. A Força Aérea não tinha um avião para buscar, esse aí é do presidente. Olha a diferença", afirmou o ministro. Segundo o general, não havia também aeronaves de uso militar disponíveis. "Não tem. O KC-390 que seria o avião indicado, foi entregue o primeiro e nós estamos em fase de testes. Estamos muito defasados em relação a isso aí."

Os dois aviões VC-2 servem de apoio durante as viagens presidenciais, mas não são usados pelo presidente. Bolsonaro viaja em um modelo Airbus, maior que os utilizados nesta missão. A chegada na China está prevista para a tarde desta quinta-feira (6). Fazem parte da comitiva militares do Grupo de Transporte Especial e do Instituto de Medicina, médicos do Ministério da Saúde e um cinegrafista da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).

Repatriação

No total, o governo vai repatriar 34 brasileiros, mas o número pode aumentar até sexta, data prevista para chegada na China e imediato retorno, indicou secretário de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno. Os dois VC-2, modelo Embraer 190, têm capacidade para 30 passageiros cada, fora as equipes de médicas e tripulação de 11 militares.

"Temos uma disponibilidade passada para o Ministério das Relações Exteriores e eles vão definir quem são esses passageiros", disse Damasceno.
Em cada aeronave da FAB, irão tripulantes e sete médicos, sendo seis militares e um infectologista especialista em epidemias do Ministério da Saúde, além do cinegrafista da EBC. Os 34 passageiros serão divididos entre as duas aeronaves, para minimizar riscos de infecção. O médicos também devem se revezar a cada 3 horas no contato com os passageiros a bordo.

O ministro destacou a "presteza, rapidez e prontidão" da Aeronáutica. "É uma missão real, uma ajuda humanitária real aos nossos brasileiros que estão em Wuhan", destacou.

Após inspeções e exames feitos por autoridades chinesas no próprio aeroporto, só serão liberados para embarque de volta ao país os brasileiros que não apresentarem sintomas de infecção pelo novo coronavírus. "Todas as pessoas que vão embarcar estão sadias, não há nenhuma evidência do vírus", disse Damasceno.

Como os passageiros resgatados podem apresentar evolução nos sintomas durante o voo de volta, as equipes médicas militares foram treinadas pelo Instituto de Medicina Aeroespacial para realizar uma evacuação e instalar um equipamento "bolha" no paciente. No retorno, os médicos usarão máscaras com especificação a bordo para evitar infecção no contato com os passageiros.

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