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A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia (ALE-RO) concedeu ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o título de cidadão honorário “pelos relevantes serviços prestados ao estado”. A medida foi proposta pelo deputado delegado Lucas Torres (PP) e publicada no Diário Oficial do estado nesta segunda-feira (16).
"Benjamin Netanyahu destacou-se como líder de destaque, desempenhando papel fundamental no fortalecimento dos laços entre Israel e o Brasil. Sua visão e comprometimento foram fundamentais para o estabelecimento de parcerias significativas que transcendem fronteiras geográficas", diz um trecho da justificativa do projeto apresentado pelo parlamentar.
A proposta foi protocolada no dia 10 de outubro, quando a guerra deflagrada pelo grupo terrorista Hamas contra Israel completava quatro dias.
A homenagem também acontece no momento em que o governo brasileiro marca posição polêmica em relação ao conflito, já que tem se negado a classificar o Hamas como terrorista e, oficialmente, tenta igualar as responsabilidades dos dois lados da guerra.
Depois que figuras do Partido dos Trabalhadores (PT) geraram revolta nas redes sociais ao defenderem abertamente as ações do Hamas, a sigla emitiu uma resolução, na segunda-feira (16), em que condena a guerra, mas defende a “luta do povo palestino por soberania nacional” e não chama o Hamas de terrorista, apesar do massacre a civis desarmados, incluindo mulheres, idosos e crianças.
Arrependimento
Nesta terça-feira (17), depois de ser alvo de críticas de parte da imprensa e de perfis nas redes sociais, o deputado Lucas emitiu uma nota esclarecendo as circunstâncias em que a proposta foi apesentada e afirmando que buscará uma forma de revogar o título concedido ao primeiro-ministro de Israel.
De acordo com o parlamentar, o projeto foi debatido na segunda quinzena de setembro e redigido antes do início do conflito.
"O deputado lamenta profundamente as vitimas da guerra entre Israel e Hamas, e se solidariza com todos os cidadãos que estão sendo afetados por esse conflito devastador. E diante do fato e permanência dos bombardeios, o deputado está avaliando uma possibilidade jurídica de revogar a concessão do referido título", diz um trecho da nota divulgada pela assessoria do parlamentar.