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Luciano Bivar
Cancelamento da convenção ocorre em meio a um racha interno entre Luciano Bivar e o próprio vice, que quer assumir o comando.| Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O presidente nacional do União Brasil, deputado federal Luciano Bivar (União-PE), cancelou a convenção nacional do partido que seria realizada nesta quinta (29) para a eleição do novo comando. Ele tenta a reeleição, mas está em uma crise interna com o próprio vice, Antonio Rueda.

Em um comunicado emitido nas primeiras horas da manhã, Bivar justificou o cancelamento por falta de tempo hábil após a aprovação de mudanças no estatuto do partido apenas na última terça (27) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que permitiu a antecipação da convenção para o período de 1º a 29 de fevereiro.

“Considerando inexistir tempo hábil para promover nova convocação sob a égide das modificações promovidas na redação original do artigo 133, III, do Estatuto do Partido, e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral em recente decisão prolatada na data de 27 de fevereiro de 2024”, escreveu Bivar no comunicado a que a Gazeta do Povo teve acesso.

Ele afirmou que a convenção no período pedido violaria a modificação aprovada pelo TSE, e que uma nova discussão deve ocorrer no dia 27 de março, segundo disse Bivar ao Metrópoles ao explicar o teor do comunicado.

A disputa pela presidência do União Brasil – que surgiu após a fusão do DEM e do PSL e que realizaria a primeira convenção nacional – ganhou força depois que Rueda assumiu a vontade de ocupar o cargo de Bivar, e se intensificou nos últimos dias com o apoio do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, direcionado para o atual vice.

Ao conversar com jornalistas, nesta quarta-feira (28), Bivar voltou a falar das trocas de ofensas que teve com Rueda e não negou possíveis ameaças ao seu concorrente. Também mencionou que não conversa com o seu vice há mais de um ano, e que não esperava tanta rivalidade.

Em relação a possíveis denúncias contra Rueda, o atual presidente do partido não deu detalhes, apenas disse que ele "usava a sigla para fazer negócios". A mudança no comando da sigla foi definida no final do ano passado, após uma série de embates internos.

O partido nascido da fusão do PSL (partido que elegeu Bolsonaro em 2018) e o DEM, do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, secretário-geral do União Brasil, e do governador Ronaldo Caiado (GO), sempre registrou brigas internas, mas os episódios de desentendimento ficaram mais evidentes após a vitória de Lula e a adesão de seus filiados ao governo dele.

O União Brasil detém três ministérios de Lula, como Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) além de ter indicado Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que é do PDT mas entrou na Esplanada na cota do partido pela coalizão montada pelo presidente para conseguir algum apoio a mais no Congresso.

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