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O principal programa social do novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Bolsa Família, voltou a registrar filas mesmo após ter sido relançado e zerado o déficit de benefícios concedidos. O relatório oficial do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) aponta que 438 mil famílias estão à espera da inclusão no programa, número que voltou a crescer após ter sido erradicado em março (veja na íntegra).
O resultado contraria a própria expectativa do governo de manter a fila zerada até o final do ano, mesmo com os R$ 70 bilhões encaminhados ao programa pela PEC Fura-teto no final do ano passado além dos R$ 105 bilhões já previstos inicialmente no governo.
Em meados de março, quando lançou o novo Bolsa Família e anunciou as novas regras de acesso ao programa, o governo excluiu 1,4 milhão de famílias do benefício, e definiu que 10 milhões deveriam passar por uma atualização. A revisão do programa ajudaria o governo a economizar até R$ 7 bilhões ao ano, segundo disse a ministra Simone Tebet, do Planejamento, em meados de abril.
Além de frustrar a expectativa do governo, a fila de 438 mil pessoas quase iguala o passivo do Auxílio Brasil encontrado por Lula no começo do ano, de 498 mil famílias que estavam à espera do benefício e foram automaticamente incluídas no Bolsa Família após a aprovação dos recursos da PEC.
O ministério informou que o prazo médio para a entrada de novos beneficiários do Bolsa Família está em torno de 70 dias, mas não explicou o motivo da fila. Uma família é considerada em espera após ter dado entrada no processo e aguarda a análise e a liberação.
Ainda segundo o ministério, o Bolsa Família atende 21,2 milhões de famílias, com um gasto previsto de R$ 168 bilhões apenas neste ano.