Ao participar de encontro com brasileiros residentes em Portugal na manhã deste sábado (19), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer ataques a apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e disse que apesar de ter ganho as eleições, “o bolsonarismo ainda está vivo e precisamos derrotá-lo”.
“Me parece que quem foi derrotado agora não soube perder e terminou em um processo que a gente não conhecia no Brasil, que é o processo da violência da extrema direita. (...) Eu acho que é importante ter em conta que a gente derrotou o Bolsonaro e ganhou as eleições, mas o radicalismo, a ignorância e o bolsonarismo ainda estão vivos e nós precisamos derrotar. Mas vamos derrotá-lo sem utilizar os métodos que utilizam contra nós. A gente não quer perseguição, não quer violência", disse Lula.
Aproximadamente 200 brasileiros que participam de movimentos sociais e associações de imigrantes em Portugal estiveram presentes no evento, realizado no Instituto Universitário de Lisboa.
Na noite desta sexta-feira, o presidente eleito participou de jantar oferecido pelo socialista António Costa, primeiro-ministro português. Mais cedo, o petista também se encontrou com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Em entrevista à imprensa no país português, Lula falou sobre compromissos ambientais e “reaproximação do Brasil com o mundo”. Também comentou sobre críticas à sua fala sobre responsabilidade fiscal dada nesta quinta-feira (17) e à proposta de emenda à Constituição (PEC) fura-teto apresentada pela equipe de transição do novo governo na quarta-feira (16).
Na ocasião, o petista disse que o país terá responsabilidade fiscal durante o seu governo, porém sem atender "tudo que o sistema financeiro quer". "Não há nenhuma razão para esse medo, para essa flutuação da Bolsa. É importante apenas que a gente tome cuidado para não ser vítima da especulação”, disse.
Lula também se disse “feliz” com a carta pública divulgada pelos economistas Arminio Fraga, Pedro Malan e Edmar Bacha, que apoiaram a eleição do petista, com críticas à forma como Lula estava lidando com a responsabilidade fiscal.
Na quinta-feira (17), ao defender o fim do teto de gastos, Lula havia dito que é preciso “resolver” a situação social do Brasil ainda que isso tenha consequências econômicas, como o aumento do dólar e a queda da bolsa. "Temos de fazer um país mais humano. Se não resolvermos a situação social, não vale a pena governar o país. Vai aumentar o dólar, cair a bolsa? Paciência”.
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