O presidente Jair Bolsonaro fez nesta quinta-feira (27) um gesto político às Forças Armadas em meio à tensão gerada pela participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em ato político no último domingo (23), no Rio, o que é proibido a militares da ativa. O Comando do Exército abriu procedimento disciplinar contra Pazuello e deve puni-lo por transgressão ao código de conduta da caserna. O ex-ministro entregou sua defesa no processo nesta quinta.
Em pronunciamento durante a inauguração de uma ponte de madeira construída pelo Exército em São Gabriel da Cachoeira (AM), Bolsonaro disse que “o governo respeita os seus militares". Um trecho do encontro foi divulgado nas redes sociais do presidente.
Estavam presentes no evento o comandante-geral do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e oficiais do Comando Militar da Amazônia, além do ministro da Defesa, Braga Netto. Bolsonaro chamou todos de “amigos”.
“Vocês militares são respeitados e têm uma importância enorme no destino do Brasil”, disse o presidente, dirigindo-se a oficiais que servem na Amazônia. “Acredito em vocês, em Deus e no futuro de nossa Pátria. Obrigado por existirem."
No discurso com afagos aos militares, Bolsonaro disse que não há casos ou atos de corrupção comprovados no governo e atribuiu isso aos ministros que o cercam. Bolsonaro afirmou que só convidou para o governo pessoas que se identificam com ele. Fez questão de destacar que tem mais ministros oriundos das Forças Armadas do que durante o regime militar. Ao todo são sete, dos quais três generais de quatro estrelas da reserva do Exército e um da Marinha.
“Queremos paz, progresso e acima de tudo liberdade. A gente sabe que esse último desejo passa por vocês. Vocês é que decidem, em qualquer país do mundo, como aquele povo vai viver”, disse o presidente.
Bolsonaro afirmou que o Brasil ainda não vive um período de normalidade e que a liberdade depende das Forças Armadas. “Tenho certeza de que vocês agirão dentro das quatro linhas da Constituição, se necessário for. Espero que não seja necessário, que a gente parta para a normalidade”, disse o presidente. “Não estamos nela ainda, estamos longe dela. Mas ninguém pode acusar o atual presidente da República de ser uma pessoa que não seja democrática, não respeita as leis e não age dentro da Constituição. Se bem que outros jogam pedra, de fora, nela”.
Sem citar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, Bolsonaro também disse que o país está polarizado politicamente e que cada um fará seu juízo, nas eleições do ano que vem, sobre “quem é o melhor ou quem é o menos ruim”. "Mas eu duvido que, porventura, quem fizer uma análise dos últimos 20 anos… eu duvido que essa pessoa erre no ano que vem", afirmou.
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