O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta quinta-feira (23) da cerimônia de abertura da 14.ª Cúpula dos Brics – bloco que reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em seu discurso, Bolsonaro agradeceu o presidente russo Vladimir Putin pela acolhida em sua viagem à Rússia, em fevereiro. O presidente brasileiro também destacou a importância do bloco, que surgiu em 2009, e serviu como fomento para os países emergentes.
A cúpula acontece em um momento em que a China busca ampliar o bloco para aumentar sua influência internacional e em que a Rússia vê nos Brics uma alternativa para superar as sanções econômicas impostas pelos países ocidentais por causa da guerra na Ucrânia.
Em seu discurso, Bolsonaro disse que o bloco é um modelo a ser seguido. "O Brics surgiu em meio a uma das maiores crises internacionais, e até hoje traz ganhos a todas as partes envolvidas. Nossas relações têm contribuído para a prosperidade das nossas economias. Para o Brasil, o Brics é o modelo de cooperação de ganhos. Devemos eleger as prioridades com responsabilidade e transparência. O Brics deve contribuir para geração e renda para o bem estar de nossas relações", disse Bolsonaro.
Para dar mais importância aos países emergentes, Bolsonaro defendeu ainda uma reforma na Organização das Nações Unidas (ONU), em especial o ao Conselho de Segurança. "Devemos somar esforços em busca das reformas das organizações internacionais, como o Banco Mundial, o FMI e o sistema das Nações Unidas, em especial o seu Conselho de Segurança. O peso das economias emergentes e em desenvolvimento devem ter a devida e merecida representação", disse Bolsonaro.
Ainda durante o seu discurso, Bolsonaro agradeceu a acolhida de Vladimir Putin durante a viagem que fez à Rússia, em fevereiro deste ano. O encontro do Brics foi a primeira vez em que o presidente da Rússia esteve em um evento com líderes das maiores economias emergentes desde o início da guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano. A cúpula é vista como uma oportunidade para Putin mostrar que não é um “pária internacional”, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o tornaria.
Bolsonaro não citou a guerra entre Rússia e Ucrânia, mas fez referência a seus efeitos. O presidente brasileiro afirmou que o cenário internacional é motivo de "preocupação". "O atual contexto internacional é motivo de preocupação, em razão dos riscos aos fluxos de comércio e investimentos e à estabilidade das cadeias de abastecimento de energia e alimentos. A resposta do Brasil a esses desafios não é se fechar ao resto do mundo. Pelo contrário, temos procurado aprofundar nossa integração econômica", completou o presidente.
Além de Bolsonaro e Putin, o evento, que desta vez ocorre de forma virtual, conta com a participação dos líderes dos outros países do bloco: Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia), e Cyril Ramaphosa (África do Sul).
Rússia vai usar os Brics para superar sanções internacionais
Vladimir Putin vai usar a reunião da cúpula do Brics para superar as sanções econômicas impostas em retaliação à invasão da Ucrânia. Na quarta-feira (22), o presidente da Rússia já havia afirmado que a "a aplicação permanente de novas sanções por motivos políticos contradiz o bom senso e a lógica econômica elementar global".
"Nossos empresários estão sendo obrigados a desenvolver suas atividades em condições difíceis, já que os aliados ocidentais omitem os princípios de base da economia de mercado, do livre-comércio", lamentou Putin em discurso gravado transmitido no Fórum Empresarial dos Brics, que começou na quarta-feira (22) um dia antes do início da cúpula.
De acordo com Putin, a Rússia está no processo de redirecionar seu comércio e suas exportações de petróleo para países do grupo dos Brics. O país é um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Com a guerra, o preço do barril de petróleo disparou em diversos países.
China quer ampliar o bloco para se contrapor ao G7
Já a China pretende usar a reunião do Brics para tentar fortalecer o bloco e se contrapor ao G7, grupo dos países mais ricos do mundo. Durante o encontro, o governo chinês pretende defender a adesão de outros países ao bloco dos Brics, entre eles a Argentina.
De acordo com o porta-voz chinês Wang Wenbin, o objetivo é "injetar mais energia positiva em um mundo turbulento e cheio de desafios" e "encorajar a comunidade internacional a se interessar pelo desenvolvimento global com ações práticas".
Além da Argentina, países como Egito, Indonésia, Cazaquistão, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Tailândia, Senegal e Nigéria estão entre os cotados a serem convidados a participar do bloco. "A China se propõe a iniciar o processo de expansão dos Brics, explorar os critérios e procedimentos para a expansão e gradualmente formar um consenso", disse Wang Yi, ministro de Relações Exteriores da China.
Na Cúpula dos Brics, a China pretende também colocar em pauta a desvinculação do mercado internacional ao dólar, conforme adiantou Wenbin. Com a intenção de promover a moeda chinesa, Pequim tenta, ao mesmo tempo, preparar-se para enfrentar possíveis sanções internacionais caso haja seja alvo de sanções econômicas por causa de sua posição em relação a Taiwan – país que Pequim considera ser parte da China.
O aumento do número de países integrantes dos Brics, no entanto, tem enfrentado divergências entre os países do bloco.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF