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Bolsonaro e Netanyahu
Bolsonaro fez uma visita de Estado ao Muro das Lamentações acompanhado do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em 2019.| Foto: Alan Santos/Secom / arquivo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lembrou nesta terça (20) da viagem que fez a Israel em 2019 e da visita de Estado que fez ao Muro das Lamentações, ponto de Jerusalém considerado sagrado pelos judeus e que normalmente não entra no roteiro oficial dos presidentes que vão ao país.

Bolsonaro foi acompanhado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, com quem teve reuniões e chegou a anunciar a abertura de um escritório consular de negócios na cidade sagrada. A lembrança foi uma alfinetada no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que passou a ser considerado uma “persona non grata” no país na segunda (19) após a fala que comparou a reação israelense contra o Hamas ao Holocausto nazista.

“Brasil, Israel, nações irmãs”, escreveu Bolsonaro em uma postagem nas redes sociais seguida de um vídeo da visita a Jerusalém (veja na íntegra).

Na época, Bolsonaro visitou também pontos sagrados como a Igreja do Santo Sepulcro e a Cidade Velha, mas evitou entrar na Mesquita de Al-Aqsa, sagrada para os muçulmanos e que fica nas imediações do Muro das Lamentações, e não incluiu os territórios palestinos na agenda.

Ainda durante a visita, Bolsonaro chegou a ventilar a possibilidade de mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, como desejava Netanyahu, mas a ideia não avançou por conta da disputa da cidade por israelenses e palestinos.

“O que eu quero é que seja respeitada a autonomia de Israel, obviamente. Se eu fosse hoje abrir negociações com Israel, botaria a nossa embaixada em Jerusalém. Agora, a gente não quer ofender ninguém, mas quero que respeitem a nossa autonomia”, disse Bolsonaro na época.

A nova crise foi desencadeada por uma declaração do presidente que equiparou a ofensiva israelense à Faixa de Gaza com o Holocausto. “O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, afirmou Lula.

A fala de Lula gerou uma grande reação tanto do governo israelense, que o considerou uma “persona non grata”, como da oposição brasileira e de entidades ligadas à comunidade judaica. Um pedido de impeachment foi protocolado no Congresso e já conta com mais de 100 assinaturas, incluindo de parlamentares de partidos da base do governo.

O assessor especial da presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou à Gazeta do Povo que Lula não vai se retratar com o governo de Israel, tanto que chamou de volta ao país o embaixador Frederico Meyer e convocou o homólogo israelense no Brasil, Daniel Zonshine, a prestar esclarecimentos.

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