Em transmissão ao vivo realizada no Facebook na noite desta quinta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o valor da ajuda financeira a ser dada aos trabalhadores informais atingidos pela crise do coronavírus será de R$ 600, triplicando o valor inicialmente estudado pelo governo.
Segundo Bolsonaro, ele recebeu o ok do ministro da Economia, Paulo Guedes, para majorar o valor e afirmou que o líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo, já estaria conduzindo a articulação junto aos deputados (que sinalizavam votar benefício no valor de R$ 500). O "voucher" será pago por um período de três meses de acordo com o presidente.
A proposta inicial do governo era de um benefício de R$ 200, com um impacto de R$ 15 bilhões. A equipe econômica, no entanto, já vinha avaliando uma elevação para R$ 300. Horas antes, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o auxílio seria da ordem de R$ 500. "Está em R$ 500, talvez até passe para R$ 600... Pode ser R$ 600, mas não sei quantos bilhões a mais custam cada R$ 100”, observou Bolsonaro.
Há um projeto em discussão na Câmara para ser votado em regime de urgência que eleva o valor do voucher para R$ 500. O projeto trata originalmente de aumentar o critério de renda para acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), mas os parlamentares querem aproveitar o texto para criar também o auxílio emergencial.
"Onda de desemprego demora a passar", diz Bolsonaro
Ainda sobre a pandemia da covid-19, Bolsonaro afirmou durante a live que não minimizaria o coronavírus, ao afirmar que "todos nós estamos preocupados com a vida", mas na sequência defendeu que "para 90% da população essa gripe é quase nada". Até o momento o país tem quase 3 mil pacientes diagnosticados e 77 mortes.
Após fazer diversas cobranças pela retomada das atividades econômicas ao longo da semana e críticas a governadores e prefeitos que decretaram restrições, Bolsonaro sinalizou que a preocupação é maior com os resultados econômicos da pandemia. "Esse vírus aí, essa onda chegou vai passar, agora o que não pode chegar é uma onda de desemprego em cima de você, que essa demora para passar", afirmou.
O presidente tem defendido mudanças no isolamento social, que deixaria de ser horizontal e passaria a vertical, mantendo em casa apenas idosos e pessoas que tem comorbidades. A jornalistas durante a tarde, Bolsonaro afirmou que o ministro Luiz Henrique Mandetta já teria concordado com a alteração e que a Saúde estuda mudança como implementar a medida.
Para a Saúde, Jair Bolsonaro voltou a depositar esperanças em medicações como a hidroxicloroquina, que ainda não tem eficácia comprovada contra o coronavírus, mas que tem apresentado resultados positivos conforme o Ministério da Saúde. Com caixas de fármacos em mãos, afirmou que "se Deus quiser, esse vai ser confirmado brevemente como remédio para todos aqueles diagnosticados com covid-19". O presidente mais uma vez chamou a preocupação com a doença de "histeria plantada pela imprensa".
Antes da transmissão, Bolsonaro concedeu entrevista coletiva na chegada ao Palácio da Alvorada e afirmou que muitas pessoas no Brasil já devem ter se contaminado pela covid-19 nas últimas semanas, mas não apresentaram sintomas e agora possuem imunidade, inclusive ele. Ainda assim, o presidente afirmou que não vai mostrar os exames que fez para testar a doença, já que mais de 20 pessoas que viajaram com ele aos EUA testaram positivo. "A minha palavra vale mais do que um pedaço de papel", reagiu.
Logo depois, acompanhado de uma intérprete de libras e do presidente da Caixa, Pedro Guimrães, Bolsonaro era o único que não usava máscara descartável enquanto fazia a live na rede social. Não houve explicação para a utilização do equipamento.
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