Um país vizinho ao Brasil foi o assunto principal do encontro do presidente Jair Bolsonaro com o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, nesta quarta-feira (15), em Dallas. Não, não foi a Venezuela! Dessa vez o foco foi a Argentina.
"Entrou Venezuela sim, mas eu, rapidamente, passei da Venezuela para a Argentina. Porque na Argentina há a possibilidade de voltar a senhora ex-presidente."
Bolsonaro, que conta com uma boa relação com o atual presidente argentino, Maurício Macri, e com quem deve se reunir no mês que vem, em Buenos Aires, afirmou que a volta de Cristina Kirchner ao poder transformaria a Argentina em uma Venezuela.
"Apesar da economia deles não estar indo bem, se o populismo volta àquele local, nós teremos uma nova Venezuela no sul da América do Sul. Então, há interesse nosso, apesar de nós não nos envolvermos na política externa (ele quis falar interna), nós gostaríamos que a Argentina não retrocedesse nessa questão ideológica".
Fazendo uma alusão ao futebol, Bolsonaro disse que a volta de Cristina Kirchner, que governou a Argentina de 2007 a 2015 e será a possível candidata da oposição nas eleições de outubro, seria um "gol contra" e que, pelo semblante de Bush, ele acredita que o ex-presidente dos Estados Unidos compartilha da mesma preocupação. "Não sou vidente, mas pelo semblante eu entendi que ele tem preocupação, não só com a Venezuela, bem como com a questão da Argentina".
O encontro com Bush foi em um escritório do ex-presidente que fica a uma quadra do hotel. Quebrando o protocolo, a comitiva presidencial abriu mão do uso do carro para ir caminhando. Os ministros da Economia, Paulo Guedes, Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, estiveram entre os que acompanharam Bolsonaro. O encontro durou cerca de uma hora.

A opção por visitar Dallas, no Texas, após cancelar a ida à Nova York, foi em grande parte por conta da presença de Bush na cidade. "Quando foi decidido vir pra cá, logicamente o nome do Bush foi levado em conta. Interessava a gente ter esse contato com ele, e ele de pronto se manifestou favorável. Então, tivemos uma reunião bastante proveitosa", explicou. "Ele deu sinalizações muito grandes de quem tem apreço e muito respeito pelo Brasil".