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A Controladoria-Geral da União (CGU) informou nesta quinta (18) que concluiu a investigação para apurar a suspeita de adulteração do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a Covid-19. Segundo a apuração do órgão, o registro feito em uma unidade de saúde do estado de São Paulo é falso.
Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a apuração, mas o advogado Fabio Wajngarten, que defendeu o ex-presidente, ironizou a conclusão. “O mundo todo conhece a posição pessoal do presidente Jair Bolsonaro quanto à vacinação. O email responsável/associado à inserção de dados da tal dose do Parque Peruche - SP num dia que o presidente estava em Brasília: lula@gmail.com. Vamos para próxima”, disse nas redes sociais.
A Polícia Federal já havia desencadeado uma operação relacionada ao caso, apontando a participação do tenente-coronel Mauro Cid em um esquema de fraude que o levou à prisão em maio do ano passado.
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Segundo a CGU, “de acordo com os dados constantes do sistema do Ministério da Saúde, no Cartão Nacional de Vacinação do ex-presidente, há um registro contra a Covid-19 que teria ocorrido em 19/07/2021, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo (SP)”.
No entanto, informações fornecidas pela Força Aérea Brasileira (FAB) apontam que Bolsonaro “sequer estava em São Paulo no dia da suposta vacinação, ou seja, em 19/07/2021”. “Ele teria voado de SP para Brasília (DF) um dia antes e não teria feito nenhum outro voo até pelo menos dia 22/07/2021”, concluiu o órgão em nota.
Também foram levantadas informações sobre o lote da vacina contra a Covid-19 que teria sido aplicada no ex-presidente, que não estava disponível naquela data na UBS paulista em que teria ocorrido a imunização.
Outros dois registros de imunização, supostamente em Duque de Caxias (RJ), foram efetuados por agentes municipais, mas cancelados antes do início das investigações pela CGU. Em relação aos registros no Rio de Janeiro, a apuração identificou um suposto esquema de fraude envolvendo o secretário municipal.
A fraude no cartão de vacinas, conforme a apuração, tinha como propósito facilitar a entrada de Bolsonaro e familiares nos Estados Unidos, país que exigia a vacinação de estrangeiros durante a pandemia.
Durante a investigação, a CGU afirma ter ouvido diversos funcionários da UBS Parque Peruche, em São Paulo. A enfermeira indicada no cartão de vacinação como responsável pela aplicação do imunizante negou ter realizado o procedimento e afirmou não estar mais trabalhando na unidade na data indicada, conforme documentação comprovatória.
Funcionários em serviço na UBS na data do registro também negaram ter visto o ex-presidente no local e não tinham conhecimento de qualquer pedido para registrar a imunização de Bolsonaro.