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Bolsonaro fala com apoiadores para defender a indicação de Kassio Nunes Marques para o STF
Bolsonaro fala com apoiadores para defender a indicação de Kassio Nunes Marques para o STF.| Foto: Reprodução/Facebook

O presidente Jair Bolsonaro está irritado com as críticas sofridas por ter indicado o desembargador Kassio Nunes Marques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em conversa com apoiadores, nesta sexta-feira (2), não negou o incômodo com as cobranças de aliados. E defendeu sua escolha, refutando as principais acusações contra seu indicado, que surgiram nas redes sociais bolsonaristas.

A conversa de Bolsonaro com apoiadores tem um simbolismo. Afinal, após o anúncio de Kassio Nunes Marques na tradicional live de quinta-feira (1.º), foi a primeira vez que ele falou sobre o assunto.

E saiu em defesa de seu indicado e de si mesmo: “Eu tô chateado, sim. O pessoal que me apoia [está] virando as costas, [diz que] não vota mais [em mim]. Não tem problema, lamento”, declarou.

Bolsonaro rebate Silas Malafaia

Em seguida, Bolsonaro deu uma declaração que parece ter sido direcionada ao pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo – e um dos críticos da indicação ao STF.

O presidente disse que uma “autoridade do Rio de Janeiro” queria que indicasse o candidato “dele” (Malafaia é nascido no Rio). “O voto é um direito dele; até não ir votar é um direito dele. Agora, tudo tem defeito. Essa autoridade do Rio de Janeiro queria que eu indicasse o [candidato] dele. Tem vários vídeos aí. Uma autoridade que diz que tem Deus no coração, o que dói mais na gente, mas tudo bem”, afirmou Bolsonaro.

A narrativa usada por Bolsonaro para se eximir das críticas é que, segundo ele, “qualquer indicado [ao STF] ia apanhar”.

O presidente citou, em seguida, que Kassio Nunes Marques votou, em 2015, contra a deportação do terrorista italiano Cesare Battisti para a França. E sugeriu que seu indicado ao STF não deveria ter a conduta jurídica questionada pelos seus apoiadores por isso, mas sim os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “A quem cabe, exclusivamente, a política de extradição? Cabe a mim, eu que decido. No caso Battisti, quem decidiu foi o Lula. Ou foi a Dilma? Um dos dois”, disse Bolsonaro. (Foi Lula quem tomou a decisão de não extraditar Battisti).

O próprio STF, continuou Bolsonaro, também tem parcela na decisão sobre o Battisti. “Então, era uma questão transitada em julgado. Depois, alguém deu entrada na Justiça comum, lá na primeira, segunda instância, pedindo a extradição dele, e um desembargador, que não foi o Kassio, falou que era um assunto pacificado”, disse. “A política era privativa do presidente Lula, e o Supremo tinha decidido. Em consequência, não pode um juiz de primeira ou segunda instância modificar uma decisão do STF”, acrescentou.

Em 2015, Kassio Marques votou para suspender uma decisão de primeira instância que determinava a deportação do terrorista italiano Cesare Battisti, ratificando decisão do ex-presidente Lula.

O presidente também rebateu as críticas de que Kassio Nunes Marques derrubou a liminar que proibia o STF de comprar lagosta e vinho. “Eu recebo autoridades do mundo todo. O que eu devo servir para eles? Angu e tubaína? Nunca entrou lagosta aqui [no Palácio do Planalto]. Da minha parte não entra. Eu não compraria. [Mas] o Supremo comprou. Que justifique, se pode ou não pode, se é legal ou se não é. Uma decisão dessa, mesmo que seja do Kassio, é motivo para falar: 'Ah, esse cara não serve para ter uma ascensão na sua vida de jurista'? Que negócio é esse, pô? Quer me criticar, que critique. Agora ir pra calúnia, igual esse cara do Rio de Janeiro tá fazendo?”, disse.

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