Em um evento no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e disse que o país poderia ter tido menos mortos se tivesse adotado o medicamento de forma mais ampla.
As declarações de Bolsonaro foram dadas no “Encontro Brasil vencendo a Covid-19”, que contou com a presença de médicos de todos os estados que também defendem o uso da cloroquina nas fases iniciais da doença.
O Brasil registrou, até agora, cerca de 3,6 milhões de casos confirmados de Covid-19, com quase 115 mil mortes. Durante o discurso, Bolsonaro só citou os mortos pela doença uma vez, para defender o medicamento.
“Se a hidroxicloroquina não tivesse sido politizada, muito mais vidas poderiam ter sido salvas dessas 115 mil [mortes] que o Brasil chegou nesse momento”, disse o presidente.
O presidente está entre os brasileiros infectados pelo novo coronavírus. Ele testou positivo em julho e fez um tratamento à base de hidroxicloroquina. O Palácio do Planalto também registrou um número alto de servidores infectados pela doença.
“Aqui [no Planalto], 200 e poucos servidores foram acometidos pela Covid. Pelo que eu fiquei sabendo, não posso comprovar, a maioria usou a hidroxicloroquina. Nenhum foi internado”, disse o presidente. “É sinal, a observação, que está dando certo”, completou Bolsonaro, que reconheceu que o tratamento ainda não tem comprovação científica.
O presidente também ironizou jornalistas durante o evento, afirmando que as chances de morte por Covid-19 entre profissionais da imprensa é maior.
" Quando pega num bundão de vocês a chance é bem maior. Só sabem fazer maldade, só usam a caneta para fazer maldade. Tem exceções, como aqui o Alexandre Garcia, mas a chance de [um jornalista] sobreviver é bem menor que a minha", disse Bolsonaro.
Médicos defendem tratamento precoce
Os médicos que participaram da solenidade no Palácio do Planalto defenderam um tratamento precoce do novo coronavírus com o uso da cloroquina.
“Aos primeiros sintomas, procure um médico, não fique em casa”, disse o médico Luciano Dias Azevedo, que entregou ao presidente uma carta assinada por outros profissionais em apoio ao atendimento precoce da Covid-19.
A médica Raíssa Oliveira de Melo Soares também defendeu o uso do medicamento. “Nós representamos os médicos que optaram pela ousadia. Representamos os médicos que, independente das evidências lá de abril, ousaram ter lucidez. Ousaram aplicar algo que, no início, em abril, era uma tentativa. E nós fomos açoitados, ridicularizados, humilhados, eu fui demitida”, disse.
Ela pediu um minuto de silêncio pelas 115 mil vidas perdidas para o coronavírus que, segundo ela, representam casos em que os médicos não tiveram oportunidade de tentar vencer o vírus com a cloroquina.
Mudança no protocolo para uso da cloroquina
Em maio, após a demissão do segundo ministro da Saúde durante a pandemia de coronavírus, o Ministério da Saúde divulgou um novo protocolo para o uso da cloroquina no Brasil. O medicamento passou a ser recomendado para pacientes em estágios iniciais da doença.
A liberação da substância sempre foi defendida pelo presidente e as divergências de entendimento sobre seu uso foram fundamentais para a demissão de dois ministros da Saúde, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich.
Quem está no comando interino da pasta desde então é o general Eduardo Pazuello. Durante o evento no Planalto desta segunda, Bolsonaro elogiou o militar. “Pra não ter uma terceira mudança [no Ministério da Saúde] deixei o general Pazuello como interino porque entendi que a gente precisava de um gestor lá”, afirmou. “Os secretários não têm reclamado”, completou.
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