O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conta com o Congresso para aprovar o projeto de lei da anistia que pode reverter sua condenação à inelegibilidade e abrir caminho para concorrer na eleição presidencial de 2026. Ele vê o poder Legislativo como mais importante que o Executivo – referente à Presidência da República – e ao Judiciário.
A possibilidade de reverter a inelegibilidade ganhou força após a vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. Para ele, isso fortalece a direita em todo o mundo.
“O Congresso pode. O Congresso é o caminho para quase tudo. O Poder mais importante é o Legislativo. Depois, o Executivo... O Congresso é o Poder mais importante. Ninguém votou em pessoal do Supremo”, disse em entrevista ao jornal O Globo publicada na quinta (7).
De acordo com ele, o poder Judiciário existe apenas para “dirimir conflitos”, e que ele é alvo da “sanha por parte de uma pessoa para arranjar um golpe e condenar”. A pessoa seria o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da maioria dos inquéritos em que Bolsonaro é citado.
“Eu nunca vi um golpe desarmado. Está uma sanha por parte de uma pessoa para arranjar um golpe e condenar. Isso já ficou feio. É joia, é vacina, é baleia, é leite condensado, é moedinha no espelho d'água do Alvorada”, disparou.
Ainda de acordo com o ex-presidente, um golpe ocorreria em circunstâncias de violência com o uso de armas, e não como ocorreu nos atos de 8 de janeiro de 2023. “O golpe é quando entro na sua sala, mato você, te prendo ou eu te mando para fora do país”, pontuou.
Bolsonaro afirma que a invasão às sedes dos Três Poderes naquele dia “pelo que tudo indica, foi construído pela esquerda”. “Eu não estava aqui no 8 de Janeiro. Eu estava fora”, lembrou.
“A minha preocupação é com quem vai me julgar. Uma prisão de um ex-presidente tem uma repercussão no mundo todo. Jair Bolsonaro preso. Preso por quê? É óbvio que tem de ter uma causa justa. Tem de aplicar a lei”, pontuou.
Ele ainda emendou que "o Congresso anistiou gente que botou bomba no quartel, gente que matou gente, que sequestrou, que matou autoridades internacionais, ladrão de banco. Todo mundo se anistia lá".
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