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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contestou as afirmações do presidente Lula (PT) sobre a diminuição da pobreza no Brasil durante os primeiros 18 meses do seu mandato. As declarações de Lula foram dadas durante pronunciamento à nação no domingo (28).
Ao fazer um balanço da sua gestão até agora, Lula reforçou promessas feitas durante a campanha eleitoral e repetiu ataques a Bolsonaro.
De acordo com o petista, “24 milhões de pessoas ficaram livres do pesadelo da fome” durante o seu governo.
“O Brasil era um país em ruínas. Diziam defender a família. Mas deixaram milhões de famílias endividadas, empobrecidas e desprotegidas. Mas é sobre reconstrução e futuro que eu quero falar. Antes mesmo de começarmos a governar, tivemos que buscar recursos para cobrir o rombo bilionário deixado pelo governo anterior”, disse Lula em um trecho do pronunciamento.
Ao contestar as afirmações do petista, Bolsonaro apresentou dados do Banco Mundial e de um levantamento feito pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), que foi feito com base em dados de 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE.
Em 2022, o Banco Mundial revelou que a taxa de extrema pobreza caiu ao menor patamar da série histórica no ano de 2020.
Ao repercutir os dados do Banco Mundial, na época, o governo Bolsonaro associou os números ao impacto provocado pelo Auxílio Emergencial, benefício distribuído à população durante a crise sanitária provocada pela Covid-19.
De acordo com os dados da Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, mais de 10 milhões deixaram a pobreza em 2022.
Segundo os dados, dois fatores principais contribuíram para a queda da pobreza em 2022: a melhora do mercado de trabalho e a expansão de programas de transferência de renda, como o Auxílio Brasil.
“Contra narrativas apresentamos a verdade”, escreveu Bolsonaro em seu perfil na rede social X, nesta terça-feira (30).
Durante o pronunciamento do domingo (28), Lula ainda disse que "deixaram o Brasil com a maior taxa de juros do planeta”, em referência ao governo Bolsonaro.
O petista também prometeu levar a proposta da taxação dos chamados “super-ricos” ao encontro do G-20 e disse que não “abre mão da responsabilidade fiscal”.
De acordo com balanço do próprio governo, o país apresentou um rombo de R$ 68,7 bilhões nas contas públicas no primeiro semestre deste ano. Houve uma piora em relação ao mesmo período de 2023, quando o déficit foi de R$ 43,2 bilhões em valores nominais, e o pior desde 2020, quando a pandemia da Covid-19.