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Relatório da PF

Bolsonaro diz que corre risco de ser preso e não descarta exílio em embaixada

Jair Bolsonaro
Ex-presidente diz que eventual prisão será "arbitrariedade" e "absurda" do STF, e que poderia ter ficado nos EUA. (Foto: Isaac Fontana/EFE)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que corre o risco de ser preso por uma “arbitrariedade” do Supremo Tribunal Federal (STF) assim como já foi alvo de três operações de busca e apreensão – classificadas por ele como “absurdas”.

Ele é citado como o mentor de um suposto plano de golpe de Estado que teria começado a ser costurado logo após ele perder a eleição presidencial de 2022 e que pretendia, entre outras medidas, matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes.

“Vivemos num mundo das arbitrariedades. Agora eu não posso ir dormir preocupado de que a PF vai estar na minha casa amanhã cedo. Eu já tive três [operações de] busca e apreensão, tá? Absurdas, absurdas. Corro risco, sem dever nada, corro risco. [O STF] Vai fazer a arbitrariedade, vamos ver as consequências”, disse Bolsonaro em entrevista ao UOL publicada nesta quinta (28).

Por outro lado, apesar de saber do risco de ser preso, Bolsonaro não descarta se exilar em alguma embaixada, como líderes perseguidos de outros países costumam fazer. Ele próprio se diz vítima de perseguição.

“Embaixada, pelo que eu vejo a história do mundo, né, quem se vê perseguido pode ir pra lá. Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”, pontuou.

Bolsonaro viajou aos Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022 para não participar da posse de Lula na presidência, e retornou ao Brasil no dia 30 de março de 2023. Ele passou 89 dias no país norte-americano para “ter uma visão melhor do nosso país lá de fora, foi um aprendizado, um acompanhamento do que acontece aqui”, disse na época.

No entanto, a Polícia Federal afirma que ele viajou por receio de ser preso caso o suposto plano de golpe de Estado fosse descoberto, e que teve como ápice os atos de 8 de janeiro de 2023. Para a autoridade, houve tentativas de efetivar a ruptura democrática ao longo de dezembro e, depois, inflamar manifestantes para provocar as Forças Armadas a aderirem ao movimento em janeiro.

O ex-presidente também criticou que as explosões provocadas nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Câmara dos Deputados na semana retrasada foram injustamente ligadas a ele. “O que eu tenho a ver com o cara do rojão? Caiu na minha conta. O próprio Alexandre no dia seguinte: pau em mim”, emendou.

Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas por suspeita de elaborarem um plano que tentaria dar um golpe de Estado para evitar a posse de Lula em 2023. Além do ex-presidente, também são alvos o então candidato a vice dele, general Walter Braga Netto; o ex-ministro general Augusto Heleno, que comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI); o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, entre outros militares de alta patente, ex-ministros e aliados.

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