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Em discurso na Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), nesta segunda-feira (1º), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que o agro “precisa de políticos que não atrapalhem”.
“Sempre disse ao longo de meu mandato: somos uma grande nação, temos tudo para sermos uma grande potência”, disse. “Do que o agro precisa? Precisa de políticos que não atrapalhem vocês. Isso que fiz ao longo de meu mandato com meus ministros.”
Bolsonaro chegou ao evento pouco antes das 11h. Em um auditório do governo paulista no evento, ele atacou as homologações de terras indígenas feitas por Lula, a quem se referiu como “cidadão que está no Palácio da Presidência”.
“Vocês devem saber que há 400 pedidos de demarcações de terras indígenas e aproximadamente 3.500 para novos quilombolas no nosso país. E aquele cara disse que faria o possível para atender o esses anseios dessas comunidades. Nós sabemos que se 10% forem atendidos, para onde irá nosso agro? Peço a Deus que isso não venha a acontecer”, afirmou.
Bolsonaro ainda lamentou a derrota nas eleições de 2022. “A política é assim. Muitas vezes acontecem as coisas, e a gente tem que considerar esses acontecimentos como uma página virada em nossas vidas. E a vida nossa continua até o dia que Deus nos chame para a eternidade”, disse.
“E nós, enquanto estivermos aqui na Terra, temos que lutar, já que somos voluntários para sermos presidente, governador, deputado, vereador, para que realmente o nosso povo viva uma situação bastante confortável.”
Apesar disso, em uma conversa com jornalistas, ele descartou participar das eleições municipais de 2024. “Tem muito tempo ainda pela frente. Por enquanto não quero falar muito de política. Colaborar apenas. Eu não vou ser candidato a nada no ano que vem, não pretendo”, disse, segundo registrou o portal Metrópoles.
No último dia 13, o Ministério Público Eleitoral (MPE) manifestou-se a favor da inelegibilidade do ex-presidente em uma ação apresentada pelo PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro fez as declarações em um espaço destinado ao governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro da Infraestrutura de seu governo, após a abertura da feira, para a qual havia sido convidado, ter sido cancelada.
A decisão de suspender a cerimônia, que estava marcada originalmente para a noite desta segunda-feira, foi tomada após um mal-estar com o governo federal gerado pela confirmação da presença de Bolsonaro (PL).
Durante a semana, o presidente da Agrishow sugeriu que o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comparecesse ao evento em outra data para evitar tumulto ou constrangimento com a presença do ex-presidente. Sentindo-se desprestigiado, Fávaro decidiu não ir mais ao evento.