O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta sexta (23) que não acredita em uma condenação no processo movido pelo PDT que começou a ser julgado nesta semana pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o acusa de abuso de poder político por conta da reunião realizada com embaixadores em julho do ano passado em Brasília.
Em entrevista à Rádio Gaúcha de Porto Alegre, onde está participando desde quinta (22) de eventos com empresários, Bolsonaro criticou o julgamento na Corte eleitoral e questionou os motivos alegados pelo partido.
“Por que você não pode criticar o sistema de votação, meu Deus do céu? Que democracia é essa? Que se você falar em votação, falar em vacina, ou em falar naquele projeto da censura agora, que tá em discussão no Congresso, você pode ser preso”, disse.
Bolsonaro voltou a pedir que os ministros do TSE realizem um “julgamento justo” seguindo a mesma jurisprudência adotada em 2017, quando absolveram julgaram a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), que “não aceitou novas provas anexadas ao processo”.
“Dessa forma, a chapa foi mantida legal, se bem que naquele momento a senhora Dilma Rousseff não era mais presidente, ela havia sido cassada no ano anterior, e teve os direitos políticos dela mantidos. E dessa forma o senhor Michel Temer continuou presidente da República. E quando acontece uma coisa dessa, cria-se uma jurisprudência. E a mesma coisa deverá ser feita por parte do TSE, não aceitando outras possíveis provas inseridas. Então, entendo que ocorra o mesmo comigo”, ressaltou.
O ex-presidente afirmou, ainda, que é possível que algum ministro peça vista do processo, que é um prazo de até 60 dias para análise mais aprofundada dos autos. O primeiro ministro a votar, segundo Bolsonaro, deve ser Raul Araújo Filho, “conhecido por ser um jurista com bastante apego à lei, há uma possibilidade de ele pedir vista e isso ajuda a clarear os fatos”.
Bolsonaro contestou, ainda, que os atos de 8 de janeiro tenham sido uma tentativa de golpe de estado. “Botaram na minha conta isso aí tudo. Mas que golpe é esse dado num domingo e sem ninguém ser deposto? Que golpe é esse sem arma, sem Exército? Com senhorinhas com bandeiras e bíblias embaixo do braço”, questionou.
Questionado sobre uma eventual condenação pelo TSE, Bolsonaro refutou a ideia de ficar sem direitos políticos. “Eu não quero discutir essa possibilidade, eu acho que só deixarei o cenário político do país quando a mente e o corpo não permitirem mais. Ou então porque eu fui dessa para melhor”, completou.
Ainda durante a entrevista, o ex-presidente afirmou que o julgamento não vai acabar com a direita no país, e que os simpatizantes “são pessoas que acordaram, que voltaram a cantar o Hino Nacional com lágrimas nos olhos, que defendem a família e a propriedade”.
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