Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)| Foto: EFE/André Borges.
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou neste sábado (25) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por supostamente falhar em negociar com o Hamas a libertação de Michel Nisenbaum, de 59 anos, que foi morto pelo grupo terrorista após os ataques de 7 de outubro de 2023. Ainda na sexta-feira, Israel anunciou que o corpo de Nisenbaum havia sido resgatado após operação das Forças de Defesa Israel (FDI), na quinta-feira (23).

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“O Hamas executou o refém brasileiro e Lula, mais uma vez, não foi ouvido (se é  que ele se empenhou) pelos seus amigos terroristas”, disse Bolsonaro ao compartilhar uma declaração de Lula sobre o conflito no Oriente Médio. No sábado, o petista afirmou que que Israel “continua matando mulheres e crianças” na Palestina. 

 “Também quero pedir para vocês uma solidariedade às mulheres e crianças que estão morrendo na Palestina por conta da irresponsabilidade do governo de Israel, que continua matando mulheres e crianças. E a gente não pode se calar diante das aberrações. A gente não pode deixar de ser solidário. Porque amanhã a gente vai precisar de solidariedade”, disse Lula em Guarulhos (SP). 

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Apesar de não citar o brasileiro no evento de sábado, Lula lamentou a morte de Nisenbaum na sexta-feira (24). “Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele”, declarou Lula em seu perfil no “X”.

Ao site Poder 360, a família de Nisenbaum disse que estava decepcionada com o petista e que ele “não ajudou” no resgate.

Na mesma publicação, Bolsonaro lembrou o caso da ex-deputada e ex-senadora Ingrid Betancourt. Em 2002, ela foi sequestrada pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e mantida refém em cativeiro na selva colombiana até 2008. Ele criticou o Foro de São Paulo, fundado em 1990 por Lula e pelo ex-presidente de Cuba Fidel Castro.

Deputado do PT posou com representante do Hamas

A declaração do ex-presidente ocorre após o deputado João Daniel (PT), em 10 de maio, posar com o chefe de relações políticas e internacionais do Hamas, Basem Naim. Em suas redes sociais, o parlamentar compartilhou uma foto ao lado do integrante do grupo terrorista durante a 1ª Conferência Global Anti-Apartheid pela Palestina, em Joanesburgo, na África do Sul.

“O Brasil faz um importante papel nessa luta contra as atrocidades que o Estado de Israel tem cometido contra a Palestina com essa guerra injusta que o mundo todo está assistindo”, disse o deputado do PT em publicação compartilhada em seu perfil no Instagram. 

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A aproximação do Hamas com o governo brasileiro não é nova. Em março deste ano, Naim agradeceu a Lula pelas manifestações de apoio à causa dos palestinos. Em 18 de fevereiro, o petista comparou a operação militar de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler na Alemanha nazista. Ao falar com jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia, o presidente voltou a dizer que os palestinos estão sendo alvo de um “genocídio”.

“Hoje, estou falando para a audiência dessa conferência em um dos maiores Estados, de um dos maiores países do mundo, uma nação em ascensão, Brasil, que é um país amigo dos palestinos, apoiador da causa palestina. Estamos muito honrados por todas as declarações recentes dos funcionários do governo, particularmente as declarações do presidente Lula sobre seu compromisso e sua postura corajosa de apoiar a causa palestina e, especificamente, exigir um cessar-fogo para parar essa agressão contra nosso povo”, afirmou Naim durante a conferência nacional do Partido da Causa Operária (PCO).