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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de fazer “pesca probatória” contra ele na investigação que apura o suposto planejamento de golpe de Estado. A Polícia Federal indiciou nesta quinta-feira (21) o ex-mandatário e outras 36 pessoas.
“O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, disse Bolsonaro à coluna Paulo Cappelli, do portal Metrópoles. O ex-presidente também divulgou a declaração em uma postagem no X.
Para o ex-mandatário, a PF usou a “criatividade” para indiciá-lo. Ele ressaltou que vai aguardar que seus advogados tenham acesso ao documento. “Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, afirmou.
O ex-presidente fez uma referência ao juiz instrutor do gabinete de Moraes, Airton Vieira, que teria pedido para o perito Eduardo Tagliaferro usar a “criatividade” contra a Revista Oeste durante troca de mensagens obtidas e divulgadas pela Folha de S. Paulo em agosto deste ano.
PF indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas por suposta trama golpista
A Polícia Federal acusa o grupo de ter cometido os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Segundo apurou a Gazeta do Povo, para a PF, Bolsonaro sabia do suposto planejamento de um golpe de Estado e das ações que vinham sendo articuladas para que isso acontecesse.
Entre os indiciados estão o general ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, que foi vice na chapa de Bolsonaro na campanha à reeleição em 2022; e o também ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Nesta terça (19), a PF prendeu quatro militares e um policial federal por suposta articulação de um plano golpista, que incluía o assassinato do presidente Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro Alexandre de Moraes.