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Atos em Brasília

Bolsonaro critica prisão de envolvidos no 8/1 e nova política externa de Lula

Bolsonaro
Em discurso a empresários nos EUA, ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a manutenção da prisão de envolvidos nos atos de 8 de janeiro. (Foto: SA Summit/divulgação)

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue nos Estados Unidos desde o final do ano passado, criticou nesta segunda (27) a manutenção da prisão de envolvidos nos atos de 8 de janeiro em Brasília e a nova política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As declarações foram dadas durante uma palestra a empresários no SA Summit 2023, realizado em Orlando, na Flórida, onde também comparou seu antigo corpo ministerial com o atual – que teria sido formado por um “leilão” de cargos –, enalteceu feitos de sua gestão na presidência e comentou as ações desenvolvidas durante a pandemia da Covid-19 e a crise dos Yanomamis. “Os indígenas têm que se integrar a nós brasileiros”, disse.

Na sequência, Bolsonaro criticou os protestos que terminaram com a invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília, comparou com a invasão ao Capitólio em 2021, e disse não concordar com a manutenção de “900 pessoas presas, tratadas como terroristas”.

“Não foi encontrado, quando foram presas, um canivete sequer com elas. Estão presas. Chefes de família, senhoras, mães, avós, presas. [...] A maioria sequer estava na Praça dos Três Poderes naquele fatídico domingo, que nós não concordamos com o que aconteceu lá, estão presas. Esse é o nosso Brasil, essa é uma insegurança para todos nós”, disse.

Bolsonaro afirmou que, embora tenham sido atos semelhantes, a grande maioria dos envolvidos na invasão ao Capitólio “tá solta, respondendo o devido processo”.

Ainda nesta segunda (27), a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou mais 80 pessoas por atos de vandalismo no 8 de janeiro. Com isso, já são 912 denunciados por envolvimento nos atos, entre os núcleos de executores e incitadores, segundo as investigações.

Política externa do novo governo

O ex-presidente também criticou a posição do Brasil de votar a favor da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) para a saída das tropas russas do território ucraniano, indo contra o que ele chama de “neutralidade” por conta dos interesses comerciais do país.

Bolsonaro lembrou que viajou à Rússia, no ano passado, para resolver a questão do desabastecimento de fertilizantes, e que o Brasil é dependente do insumo russo. “E agora, com o Brasil adotando uma nova política nessas votações, como a última votação agora, foi favorável ao ocidente. O que o Brasil ganha com isso”, questionou.

“Temos que ter cautela, quando você conversa determinados assuntos, isso tudo impacta. [...] Toda decisão que a gente toma tem uma consequência, a gente não pode ser politicamente correto, é péssimo pra tudo”, disse.

Apesar das críticas ao novo governo, Bolsonaro disse que “apesar de ter aversão ao que está na política atualmente lá no Executivo”, ele não vai “trabalhar contra” o país.

Ainda durante o evento, Bolsonaro enfatizou que não tomou a vacina contra a Covid-19, conforme apura uma suposta adulteração em seu cartão de vacinação que está com o sigilo sob análise da Controladoria-Geral da União (CGU). “Eu não tomei a vacina. Me acusaram de ter tomado num posto de saúde lá da periferia de São Paulo”, disse.

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