O presidente Jair Bolsonaro julgou como uma "interferência brutal" do Supremo Tribunal Federal (STF) a decisão ministro Alexandre de Moraes que impediu a posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal, em substituição a Maurício Valeixo.
Em entrevista à TV BandNews, Bolsonaro disse que não pode concordar tal iniciativa e que estaria sendo até complacente com o que entende como interferência indevida no Poder Executivo.
"Foi mais uma brutal interferência do STF no Executivo, não podemos concordar com isso. Estou sendo consciente e complacente demais, não quero dar soco na mesa e afrontar ninguém, mas peço que não afronte o Poder Executivo", falou o presidente.
Na entrevista, Bolsonaro também disse que o STF errou ao dar autonomia a Estados e municípios no desenvolvimento e aplicação de medidas contra a Covid-19. "O STF errou, tinha que ter uma orientação governamental, eu poderia fazer um conselho, fazer as políticas", explicou.
Bolsonaro não descarta reeleição
Bolsonaro disse que não descarta a possibilidade de concorrer à reeleição em 2022, mas que a recondução não é fonte de preocupação agora. "Não vivo em função disso", declarou.
"Se a gente continuar razoavelmente bem, nós temos como buscar em 2022 fazer uma grande bancada e botar em prática o que nós devemos fazer para mudar o Brasil. Tem gente que quer que eu mude o Brasil em um ou dois anos, não dá", falou Bolsonaro. O presidente disse que se importa em "atender os eleitores de uma forma honesta" e que "uma possível reeleição, a gente não descarta".
Na entrevista, Bolsonaro disse que acredita na democracia e que cogita concorrer à reeleição apesar do sofrimento que a Presidência causa a seus familiares. "Minha família sofre e muito com isso, mas vale a pena para o futuro dos meus filhos e netos", disse o presidente.
Chefe supremo das Forças Armadas
O presidente também afirmou que "não existe intervenção militar" no Brasil. "Como darei um golpe se sou presidente da República e chefe supremo das Forças Armadas?", argumentou Bolsonaro.
Segundo disse Bolsonaro, "nós, os militares, jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas também jamais aceitaríamos um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito". "Nós, militares das Forças Armadas que eu também sou, somos os verdadeiros responsáveis pela democracia neste País", afirmou Bolsonaro.
Para o presidente, a interpretação do "artigo nº 142 (da Constituição Federal) não precisava que o ministro [do Supremo Tribunal Federal] Luiz Fux, monocraticamente, atendesse ao pedido do PDT, um partido que tem ligação com o Partido Comunista Chinês, para dizer qual o papel das Forças Armadas".
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