Num discurso realizado de improviso em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, neste domingo (19), o presidente Jair Bolsonaro falou a manifestantes que, pouco antes, tinham participado de uma carreata em apoio ao presidente. “Eu estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil”, disse Bolsonaro do alto de uma caminhonete.
Aos gritos de “mito” e “nossa bandeira jamais será vermelha”, Bolsonaro tomou o cuidado de não se aproximar das centenas de manifestantes, muitos dos quais usavam máscaras e empunhavam bandeiras. Seguranças formaram um cordão de isolamento e, sem microfone, Bolsonaro continuou o discurso.
"Nós não queremos negociar nada. Nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção no Brasil, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte para que nós possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Acabou... acabou a época da patifaria. É agora o povo no poder. Mais do que o direito, vocês têm obrigação de lutar pelo país de vocês. Contem com seu Presidente para fazer tudo aquilo que for necessário para que nós possamos manter a nossa democracia e garantir aquilo que há de mais sagrado entre nós, que é a nossa liberdade. Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Tenho certeza: todos nós juramos um dia dar a vida pela Pátria e vamos fazer o que for possível para mudar o destino do Brasil. Chega da velha política! Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, disse ele.
O ato foi divulgado em uma transmissão ao vivo na conta do Facebook do presidente. Assista abaixo:
Distanciamento
Antes de falar com os manifestantes, o presidente voltou a defender a flexibilização do distanciamento social. "A continuar com o fecha geral não está difícil de saber o que nos espera", escreveu o presidente em sua conta pessoal no Twitter.
Bolsonaro publicou no Twitter a manchete da edição deste domingo do jornal O Estado de S.Paulo, que informou que 91 milhões de brasileiros - o equivalente a 58% da população adulta do país - deixaram de pagar neste mês pelo menos uma das contas referentes ao consumo de março. Como comparação, no mês anterior, antes dos impactos da quarentena, eram 59 milhões (37%) com contas atrasadas - houve, portanto, um salto de 54% no período.
Bolsonaro também almoçou neste domingo na casa do filho e deputado federal, Eduardo Bolsonaro. De lá, o presidente seguiu para o Quartel General do Exército, no Plano Piloto de Brasília, onde uma multidão o esperava.
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