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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (18) que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso atuou junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para derrotá-lo nas eleições de 2022. No último dia 12, Barroso disse que enfrentou e derrotou o “bolsonarismo” em discurso na abertura do 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE).
"Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo, para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, afirmou o ministro no evento. Para o ex-presidente, o "nós" da fala de Barroso se refere a atuação do magistrado junto ao TSE.
"O ministro, obviamente, não foi para as ruas pedir voto para o Lula, que tá na cara que ele votou no Lula, dado o que ele falou. Ele é uma pessoa que não arrebanha multidão em lugar nenhum, talvez não arrebanhar nem o pessoal do próprio condomínio, se ele morar em prédio. Então só tem uma resposta: foi com o trabalho dele dentro do TSE. Afinal de contas, ele enquanto ministro do TSE criou lá atrás aquela comissão de transparência eleitoral, que de transparência não tinha nada", afirmou Bolsonaro em entrevista ao O Estado Play.
Em 2021, Barroso criou a Comissão de Transparência das Eleições composta por especialistas em tecnologia, órgãos de fiscalização e representantes de entidades civis para acompanhar procedimentos de preparação das urnas eletrônicas para as eleições. Na época, o ministro era o presidente da Corte eleitoral.
O ex-presidente disse ter enfrentado uma “perseguição implacável” durante a campanha eleitoral. Ele afirmou ainda que a Corte eleitoral se "comportou como um partido político". "O TSE se comportou como um partido político muito ativo contra a minha pessoa. Ele falou que derrotou o candidato Jair Bolsonaro nas urnas deles, agora, nas ruas não fomos derrotados", acrescentou.
Após a repercussão da declaração, o ministro do STF disse que ao utilizar a expressão “derrotamos o bolsonarismo”, se referia “ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria”.
“Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”, disse Barroso, em nova nota divulgada pelo STF no último dia 13.