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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (9) está "pronto para conversar" com os presidentes dos Poderes. Em transmissão ao vivo pelas redes sociais, ele disse que está sendo criticado pela publicação da "declaração à nação", em que recuou das críticas feitas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A iniciativa foi articulada pelo ex-presidente Michel Temer, chamado para ajudar a pacificar a crise institucional.
"Não tem nada demais ali [na nota]. O que eu dei ali de resposta é que eu estou pronto para conversar. Por mais problema que eu tenha com o Arthur Lira, com o Rodrigo Pacheco, com o ministro Fux, com o Barroso do TSE – eu tenho que conversar com o Barroso que hoje (nesta quinta) ele deu cacete em mim – estou pronto para conversar com o Barroso, todo mundo quer transparência".
Bolsonaro disse que a reação de seus apoiadores nas redes sociais está parecida com o dia em que Sergio Moro deixou o governo. O presidente disse que na saída de Moro perdeu "40 mil seguidores", que foram recuperados depois que ele "explicou" a situação. E disse que é preciso "dar um tempo" para que o reflexo da nota seja percebido.
"Você quer a gasolina mais barata, não quer? Álcool? Gás? Isso tudo está indexado ao preço do dólar", pontuou. O chefe do Executivo citou o impacto imediato que a nota para pacificar a tensão entre os Poderes causo no mercado financeiro, com queda do dólar e alta no Ibovespa.
Reunião com caminhoneiros
O presidente comentou a reunião desta tarde com representantes dos movimentos de caminhoneiros que estavam realizando bloqueios nos estados. "Estive hoje a tarde com 12 pessoas, a maioria caminhoneiros, vieram falar o que fazer. Eu falei 'olha, para mim já fizeram uma coisa fantástica, ajudar nesse movimento'. O presidente disse que os caminhoneiros deram um 'recado enorme a todos' por pedirem respeito à Constituição".
Segundo Bolsonaro, os caminhoneiros disseram que devem manter as mobilizações até domingo (12). "É um direito deles, e vão suspender depois de domingo, essa é ideia de muitos deles ali, eu não influencio nessa área. Fui bem claro, se passar de domingo a gente começa a ter um problema seríssimo de abastecimento, influencia a economia, aumenta a inflação e os poderosos se voltam contra nós", afirmou Bolsonaro.
Manifestações de 7 de setembro
O presidente considerou as manifestações de 7 de setembro "um sucesso", mas disse muitos manifestantes esperam uma "reação imediata" dele.
"Eu não vou sair das quatro linhas, é o que disse, nós cada vez mais vamos dizer a alguns 'olha, você tem que jogar dentro das quatro linhas também', senão vai dar ruim, vai dar problema. É pedir muito? Tem dispositivo na Constituição que eu sou contra, mas eu respeito. Agora, quem é contra procure seu deputado, senador e peça para modificar", afirmou.
O presidente afirmou também que "não é justo desmonetizar os canais de quem pede o voto impresso".