O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou as acusações feitas pelo senador Marcos do Val. O parlamentar acusou o ex-mandatário de planejar um golpe de Estado e de querer gravar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As declarações foram dadas por Bolsonaro em coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (12), após o depoimento à Polícia Federal (PF).
"Nada aconteceu no dia 8 de dezembro. Até porque eu não tinha nenhum vínculo com o Marcos do Val. Nunca o recebi em audiência. Talvez uma fotografia, o que é muito comum de acontecer entre nós. Não tinha nenhum plano naquela reunião de aproximadamente 20 minutos”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro foi convocado a prestar depoimento à PF no inquérito que apura as declarações do senador sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. A oitiva foi autorizada por Moraes, em 16 de junho.
Com o novo depoimento, o ex-presidente já acumula quatro oitivas à Política Federal. A primeira foi em 5 de abril, no caso das joias recebidas como presente da Arábia Saudita. A segunda ocorreu no dia 26 do mesmo mês, tendo como o tema os atos de 8 de janeiro. Já a terceira foi realizada em 16 de maio, que buscou investigar supostas fraudes em seu cartão de vacina.
Ao comentar sobre a quantidade de depoimentos, o ex-presidente ironizou e disse que “muitos outros terão”. "Fazer uma busca e apreensão na minha casa por conta de cartão de vacina, no meu entender, é ato de esculacho. Não roubei nada. Nunca conspirei nada. Se eu tivesse nenhum capital político, não estariam fazendo tudo isso contra mim”, afirmou.
Ex-presidente nega tentativa de golpe no 8 de janeiro
Bolsonaro também negou que houve tentativa de golpe de Estado por parte dos manifestantes do 8 de janeiro. Ele comparou a situação com o que houve na Rússia, quando Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, tentou aplicar um golpe no presidente Vladmir Putin.
“Lá houve uma tentativa. Aqui, pessoas com bíblia debaixo do braço, orando, rezando, sem uma arma, sem um canivete. Essas pessoas queriam dar o golpe? Parece que criaram a figura do golpe e agora estão tentando construir algo para dar sustentação a esse hipotético e fantasioso golpe [de Estado] no 8 de janeiro", afirmou.
Bolsonaro fala sobre Mauro Cid
Questionado sobre a relação com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência, Bolsonaro afirmou que sempre se deu bem com o militar e que ele foi indicado pelo Comando das Forças Armadas.
“Ele é filho de um colega da minha turma. A gente sempre trata os filhos de colegas de turma como se filhos nosso fossem. O tratamento meu com o Cid sempre foi muito respeitoso e ele me serviu muito bem. Eu tive quatro ajudantes de ordens: todos foram indicados pelos respectivos Comandantes de Força. Se fosse outro capitão, major ou tenente-coronel, eu também aceitaria”, acrescentou.
Cid está preso desde o dia 3 de maio no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília. Ele é suspeito de integrar uma suposta associação criminosa voltada para fraudar cartões de vacina contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Além disso, o militar foi ouvido pela CPI do 8 de janeiro, nesta terça-feira (11), por supostamente planejar um golpe de Estado.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF