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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (27) que uma proposta de anistia partindo do governo Lula seria bem-vinda. Entretanto, ele destacou que o Executivo não tem interesse em aprovar perdão aos réus de 8 de janeiro. O ex-mandatário já havia defendido a iniciativa durante a manifestação realizada neste domingo (25) na Avenida Paulista. Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal por uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Ele apontou que quem decide sobre uma eventual anistia é o Congresso, entretanto, ressaltou que a proposta deveria partir do Executivo. Ele ressaltou que acha "difícil" que o governo interceda pelo acusados do 8 de janeiro. “Isso [a anistia] tem que vir mais do lado de lá. Eu sei que o parlamento é um ente que decide essa questão. Mas, partindo do Executivo, seria muito bem-vindo. Acho difícil”, afirmou o ex-presidente em entrevista concedida ao programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste.
Bolsonaro disse que os parlamentares que defendem a anistia devem “convencer” colegas, inclusive do Centrão, a apoiarem a proposta. “Acho que se os parlamentares que já são simpáticos a essa ideia [da anistia], que não são maioria ainda, conversaram com calma e tranquilidade com seu colega do lado, alguns até do centrão, que não se definiram, porque estão na base do governo… Dá pra convencer esse pessoal e num projeto de lei botarmos um ponto final nisso”, disse.
Bolsonaro afirmou ainda que “há um exagero nas penas” impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos envolvidos no 8 de janeiro. O ex-mandatário voltou a dizer que durante os atos de 8 de janeiro “algumas pessoas se excederam” ao invadir e depredar as sedes dos Três Poderes e precisam “pagar” pelos seus erros, mas apontou que 17 anos de condenação “não é uma pena justa”.