O presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais por volta das 8h da manhã desta terça-feira (7) para afirmar que espera que os desentendimentos entre militares de seu governo e o escritor Olavo de Carvalho – elogiado por ele na publicação – sejam "uma página virada por ambas as partes".
Embora no fim do texto Bolsonaro afirme que deve aos militares sua "formação e admiração", a publicação é quase toda um agradecimento ao papel que Olavo de Carvalho e sua obra tiveram na eleição presidencial de 2018.
As declarações do presidente ocorrem após manifestação do general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército até o início deste ano e hoje assessor do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Na segunda (6), em rede social, Villas Bôas respondeu aos ataques de Olavo contra os militares e o classificou de "Trótski de direita", afirmando que o ideólogo, em seu "vazio existencial", demonstra "total falta de princípios básicos de educação, de respeito e de um mínimo de humildade e modéstia". Villas Bôas conta com forte respaldo dos militares e foi apontado pelo próprio Bolsonaro como um dos responsáveis por sua vitória nas urnas.
Na postagem desta terça, o capitão reformado afirma que chegou à Câmara em 1991 e a encontrou "tomada pela esquerda num clima hostil às Forças Armadas e contrário às nossas tradições judaico-cristã", e que aos poucos outros nomes foram se somando na causa que ele defendia, "entre eles Olavo de Carvalho".
Em seguida, Bolsonaro diz reconhecer o que classifica de trabalho de Olavo contra "a ideologia insana que matou milhões no mundo e retirou a liberdade de outras centenas de milhões", e afirma que a obra do ideólogo contribuiu muito para que chegasse ao governo, "sem a qual o PT teria retornado ao poder". "Sempre o terei nesse conceito, continuo admirando o Olavo", escreveu o presidente.
Os ataques de Olavo aos militares e a disputa pela comunicação do Planalto
Depois de semanas afastado do Twitter, Olavo de Carvalho retomou as publicações no fim de semana, enfileirando dezenas de postagens contra militares. Se antes o alvo era o vice-presidente Hamilton Mourão, desta vez a artilharia do escritor se voltou contra o ministro-chefe da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz – que, no sábado (4), em meio aos ataques, afirmou que Olavo é "um desocupado esquizofrênico".
Os ataques a Santos Cruz foram amplificados por publicações de filhos e seguidores de Bolsonaro nas redes sociais. Até o ministro da Justiça, Sergio Moro, foi ao Twitter fazer referência a uma declaração do mês passado de Santos Cruz que dava a entender que o general defendia uma regulação das redes sociais.
Também no Twitter, o presidente Bolsonaro afirmou no domingo (5) que não haveria qualquer regulamentação das mídias – aí incluídas as sociais – e que quem achasse o contrário deveria fazer "estágio na Coreia do Norte ou Cuba". No mesmo dia, Bolsonaro recebeu Santos Cruz no Palácio do Alvorada, residência oficial, por uma hora e meia. O ministro saiu sem dar declarações.
O pano de fundo dessa disputa é a Secretaria de Comunicação (Secom), que cuida da publicidade do governo é subordinada à Secretaria de Governo, de Santos Cruz. No fim de abril, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSL) – filho do presidente, aluno de Olavo de Carvalho e crítico do núcleo militar do governo – criticou publicamente o que chamou de "comunicação falha da equipe do presidente".
Logo no início do governo, Santos Cruz barrou a nomeação de Léo Índio, primo de Carlos Bolsonaro, para um cargo na Secom.
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