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O presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta quinta-feira (11) Fábio Wajngarten da chefia da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). Para seu lugar foi nomeado o chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Flávio Augusto Viana Rocha, que deve exercer a função interinamente, segundo a publicação no Diário Oficial da União (DOU). Wajngarten, no entanto, deve ganhar novo cargo no governo pela ligação que possui com a família Bolsonaro.
Com a exoneração, a Secom terá o terceiro comando diferente desde o início do governo Bolsonaro. Antes, o cargo foi ocupado pelo publicitário Floriano Amorim, até abril de 2019, quando foi substituído por Wajngarten.
Demissão era estudada
A saída de Fábio Wajngarten do cargo já era estudada pelo Palácio do Planalto. Os mais críticos a Wajngarten alegavam que ele adotava uma gestão equivocada, centrada essencialmente na comunicação personalista de Bolsonaro. A avaliação feita por parte dos assessores palacianos, por ministros e outros conselheiros de Bolsonaro – sobretudo os da chamada “ala militar” – é que a comunicação precisa ser profissionalizada. Técnicos palacianos citam como exemplo de profissionalização mais investimentos em publicidade e o fim da “guerra com setores da imprensa”.
Entre os críticos da atuação está o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que culpa a estratégia adotada para as cobranças que têm recebido na pandemia da Covid-19. Um indicativo das discordâncias em relação ao ex-secretário da Secom é que Pazuello, para melhorar a imagem do ministério, contratou o marqueteiro Marcos Eraldo Arnoud, conhecido como Markinhos Show, como seu assessor especial.
Ligação com família Bolsonaro
Wajngarten, que trabalhou no gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deve ganhar um novo cargo no governo ainda a ser definido. Entre as possibilidades está o escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em São Paulo.
Além da ligação com Eduardo, Wajngarten tem ainda respaldo da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A relação entre Wajngarten e a família Bolsonaro se tornou mais intensa, principalmente com Carlos, após o atentado contra Bolsonaro, durante a campanha eleitoral em 2018, em Juiz de Fora (MG).