Trabalhando ativamente para eleger a maior quantidade possível de prefeitos pelo PL em 2024, o ex-presidente Jair Bolsonaro diz que ele e a família passaram a ser perseguidos após deixar a presidência da República no final do ano passado.
A condenação à inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a negativa da Polícia Federal em renovar o porte de arma do filho, Carlos Bolsonaro, são alguns dos fatos que ele enxerga como motivos de perseguição pelo atual governo.
Bolsonaro diz que o julgamento do TSE no processo em que responde pela reunião com embaixadores em julho do ano passado foi “completamente favorável ao outro lado”, em uma clara diferença em tratar de questões do interesse dele e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Pela forma como ele [Lula] foi tirado da cadeia, a forma como ele foi ‘descondenado’ para driblar a lei da Ficha Limpa. E, depois, como o TSE tratava as questões de interesse meu e dele. O TSE foi completamente favorável ao outro lado”, disse em entrevista à revista Crusoé publicada nesta sexta (28).
O ex-presidente questionou a pena pela inelegibilidade e disse que as pessoas no Brasil são condenadas “por virtudes” e “não por erros, por falhas”.
Bolsonaro afirmou que teme que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, tome alguma medida arbitrária contra ele por conta dos processos que ainda correm na Corte. Fora isso, diz, “você não tem que temer ninguém nesse país. Isso é uma democracia. Se você passar a intimidar outras pessoas, está com os dois pés fora das quatro linhas”.
Ainda segundo ele, o filho Carlos Bolsonaro foi diretamente afetado pelo novo decreto de armas anunciado na semana passada por Lula, que endurece as regras para o acesso de armamentos por civis. Segundo Bolsonaro, a PF negou a renovação do porte, mas sem apresentar uma explicação.
“Se a gente tivesse a percepção de que isso aconteceria, teríamos feito o pedido no ano passado. Ele não teria dificuldade. Está na cara que a Polícia Federal foi orientada pelo ministro da Justiça [Flávio Dino], embora eu não possa garantir”, afirmou.
Jair Bolsonaro diz que Lula foi “rigoroso demais” nas novas restrições e que o próprio PT não respeitou o referendo das armas. “Como é que ele brecou isso? A comprovação da ‘efetiva necessidade’”, disse ressaltando que não consegue dormir ou mesmo andar desarmado.
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