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Jair Bolsonaro em audiência com o senador Ciro Nogueira, presidente do PP.
Jair Bolsonaro em audiência com o senador Ciro Nogueira, presidente do PP. Foto: Marcos Corrêa/PR| Foto: Marcos Correa

Sem sucesso na investida da semana passada para conquistar o apoio de partidos para seu governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltará a se reunir com dirigentes partidários. Nesta terça-feira (9), ele se encontrará com os dirigentes do PR e do Solidariedade. Na quarta-feira (10), será a vez de abrir o gabinete presidencial para o Novo, o Avante e o Podemos – além do próprio PSL. Com a exceção do PSL, as demais siglas apresentam resistência em aderir a uma coalizão governista.

O Solidariedade e o Podemos, por exemplo, já anunciaram posição de independência. "Não há chance de sermos oposição ou base. O Podemos ajuda o governo, mas somos independentes", disse a presidente do Podemos, Renata Abreu. "A nossa ideia é ficar independente. Não dá para ir para o governo", afirmou o dirigente do Solidariedade, Paulinho da Força.

Em reunião com o Solidariedade, Bolsonaro também enfrentará dificuldade em convencer a sigla a votar a favor das mudanças nas aposentadorias. O partido irá sugerir ao presidente uma proposta alternativa, com novas idades mínimas, sem regime de capitalização e que mantenha as regras atuais a professores e trabalhadores rurais.

Na 1.ª rodada, siglas disseram que iam ficar independentes

Há pouco mais de três meses à frente do Palácio do Planalto, o presidente ainda não conseguiu formar uma base aliada, o que já o prejudicou em votações de interesse do governo. Ele sofreu derrotas, por exemplo, na derrubada de decreto que alterava a Lei de Acesso à Informação e na aprovação da proposta do orçamento impositivo.

A ideia é que, nos encontros com dirigentes partidários, Bolsonaro ressalte que o Planalto está aberto a receber demandas e sugestões das bancadas federais e que abrirá mais espaço na agenda presidencial para as siglas. Nas reuniões, de acordo com assessores presidenciais, ele pedirá apoio a pautas governistas, como a reforma da Previdência, e deve sinalizar de maneira sutil interesse de que as siglas façam parte da base aliada.

O tom será o mesmo adotado na semana passada, quando o presidente se reuniu com dirigentes do PSDB, DEM, PRB, MDB, PP e PSD, e não teve resultado favorável. Na saída do encontro, dirigentes partidários reforçaram posição de independência e nenhum partido garantiu adesão à base aliada.

Conselho político: a ideia para vencer as resistências

Para tentar superar uma articulação frágil com o Poder Legislativo, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), tem proposto aos partidos a criação de um conselho político.

A ideia é que ele seja formado por dirigentes das legendas e líderes partidários e que se se reúna com Bolsonaro uma vez por mês. O dispositivo foi também criado por Dilma Rousseff (PT) no início de seu segundo mandato. Na época, o Congresso já reclamava da falta de interlocução política do Executivo com o Legislativo, o que contribuiu para o impeachment da petista. A mesma queixa é feita hoje em relação ao governo Bolsonaro.

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