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Em discurso para milhares de pessoas em Copacabana, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (21) que foi graças à liberdade de expressão que chegou à Presidência da República. E que enfrenta a reação de um sistema que não gostou dos quatros anos de seu mandato, e passou a trabalhar contra essa liberdade.
"Fizemos o possível e o impossível, as provas estão chegando, apesar de vocês já saberem o que aconteceu. Com isso (segurando o celular ao alto), chegou alguém fora do sistema à Presidência da República. Sem isso, com censura, com discriminação, eles fizeram voltar à cena do crime o maior ladrão da história do Brasil", afirmou.
Em um tom duro, disse que os opositores têm a "desfaçatez de dizer que salvaram o Brasil de uma ditadura", enquanto quem está no poder é "um cara que é amante da ditadura, que é amante do falecido Fidel Castro, que venera o ditador Nicolás Maduro, e que está agora ao lado do Irã neste conflito do outro lado do mundo".
Ex-presidente elogia Musk e rechaça controle das redes sociais
Bolsonaro rechaçou qualquer tentativa de impor o controle social das redes sociais e a censura com quem discorda. O ex-presidente prestou homenagem ao bilionário dono da plataforma X (ex-Twitter), que desde o dia 6 de abril vem travando uma batalha contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, a quem acusa de agir como ditador e censor da livre expressão.
"É o homem que teve a coragem de mostrar - já com algumas provas, outras virão com certeza - para onde a nossa democracia estava indo. O quanto de liberdade já perdemos. E eu peço agora, respeitosamente, uma salva de palmas para o Elon Musk", afirmou.
Boa parte do discurso foi usada para se defender das acusações da tentativa de golpe. "Alguém já viu a minuta de golpe? Estado de sítio é uma proposta de presidente que o presidente pode submeter ao parlamento. Eu não poderia mandar uma minuta sem exposição de motivos. Porque não se mostra o raio da minuta de golpe?" questionou. Disse também que, se quisesse fugir do país, "poderia ter ficado nos Estados Unidos", em referência à viagem feita ao fim do mandato.
Bolsonaro lembrou os inquéritos abertos pela Polícia Federal em relação às eleições e à multa imputada ao seu partido, PL, por questionar, dentro da lei, a eleição de 2022. "Que democracia é esta?", perguntou. "Depois me julgaram inelegível porque me reuni com embaixadores. Não me reuni com traficantes do Morro do Alemão", disse.
Pedido de anistia aos condenados pelo 8 de janeiro
O ex-presidente voltou a defender a anistia às pessoas que participaram dos atos de 8 de janeiro, como já havia feito na manifestação de fevereiro na Avenida Paulista. "Ninguém tentou, por meio de armas, tomar o poder em Brasília. Aquelas pessoas estavam com uma bandeira verde e amarela nas costas, e muitas com uma Bíblia embaixo do braço. Não queiram condenar um número absurdo de pessoas porque alguns erraram invadindo e depredando o patrimônio, como se fossem terroristas, golpistas", argumentou.
Bolsonaro defendeu as conquistas de seu governo. Elogiou os feitos de seus ex-ministros Paulo Guedes (Economia), Alfredo Sachsida (Minas e Energia), Teresa Cristina (Agricultura) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura). "Torcedor do Flamengo, ele se candidatou a governador do estado de São Paulo e ganhou. Chegou pela competência, pelo seu trabalho em nosso governo", disse, sobre Freitas.
Citando aliados, o ex-presidente acenou para as eleições municipais. "Você pode fazer a diferença no seu município e no seu estado e, os parlamentares, fazer a diferença no Congresso Nacional". Voltou a alfinetar o presidente Lula, dizendo que o pais tem "um presidente eleito sem povo." "Os maus que se dizem defensores da democracia não têm coragem de subir num carro como este. O projeto deles é de poder", alfinetou. "Podem me chamar de tosco, bronco e inventor de fakes news, mas não vão me chamar de ladrão", acrescentou.
"Podemos ir para casa com a satisfação, com o empenho de cada um, que estamos lutando por algo que Deus nos deu. Nos deu o arbítrio, nos deu a liberdade. Não vai ser um ou outro que vai nos roubar essa liberdade", concluiu.