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O presidente Jair Bolsonaro embarcou na manhã desta quarta-feira (26) para Osaka, no Japão, onde será realizada o G20 – cúpula que reúne as 20 maiores economias do mundo. A conferência ocorre na sexta-feira e no sábado (28 e 29 de junho).
Em sua primeira participação no evento, Bolsonaro será um dos oradores da sessão temática sobre inovação e tecnologia. Um dos objetivos do presidente é usar o evento para recuperar a confiança do Brasil no exterior.
Em artigo publicado na revista G20 Japan: The 2019 Osaka Summit, Bolsonaro afirma a intenção de abordar temas como as negociações entre Mercosul e União Europeia. E cita que foram iniciadas conversas para acordos comerciais também com Coreia do Sul, Cingapura, Nova Zelândia e Canadá.
Bolsonaro também reforça o desejo do Brasil em fazer parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A organização reúne 36 países com economias desenvolvidas.
A OCDE é uma espécie de “clube dos países ricos” e, ao entrar nela, o país assume uma série de compromissos com a economia de mercado que tende a atrair investidores ao Brasil em função disso. O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou apoio a entrada do Brasil na OCDE durante a primeira visita oficial de Bolsonaro aos Estados Unidos, em março.
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No artigo, Bolsonaro também ressalta temas caros a sua gestão, como a manutenção de valores morais, a importância da implementação da reforma da Previdência, que segundo ele irá economizar R$ 250 bilhões. E também melhorias na saúde e educação de qualidade.
“Em Osaka o Brasil reiterará seu compromisso com a democracia e com as reformas econômicas, no plano doméstico, bem como com a defesa do diálogo e do multilateralismo, no plano externo”, diz o site do Ministério de Relações Exteriores.
Reforma no comércio agrícola mundial será tema da cúpula do G20
Um dos principais temas na agenda do G20 é a reforma no comércio agrícola mundial. Ele pretende propor a adoção de novas regras comerciais na área, para que subsídios adotados não impeçam o progresso de países em desenvolvimento.
O Brasil deve também deve apoiar o pedido dos Estados Unidos por reformas nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). Um dos encontros mais esperados da cúpula é a reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, presidente da China. Os dois países vivem uma guerra comercial de alíquotas.
Com quais chefes de Estado Bolsonaro vai ter reuniões reservadas no G20
Uma reunião informal dos Brics – grupo formado pelo Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul – deve acontecer antes do encontro oficial do G20. Os cinco países estão entre as 20 maiores economias. O Brasil é o atual responsável pelo bloco; e o encontro oficial dos Brics deve ocorrer em novembro no Brasil.
Outros encontros já estão previstos na agenda de Bolsonaro. Ele fará reuniões bilaterais com ao menos cinco chefes de Estado. Entre eles, Xi Jinping, presidente da China, e Narendra Modi, primeiro-ministro indiano. Segundo um auxiliar, Bolsonaro pretende incluir ainda na agenda uma reunião com Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul.
Bolsonaro também anunciou no Twitter que deve encontrar também o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe. Nos três dias de Bolsonaro no Japão, além das atividades do G-20 ele terá encontros bilaterais com o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien-Loong.
A reunião mais polêmica de Bolsonaro será com Mohamed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, que é suspeito de ter ordenado o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, no ano passado. Segundo informações da imprensa americana, a CIA chegou a apontar Bin Salman como mandante do crime, que ocorreu no Consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia. Uma investigação da ONU também culpou o príncipe pelo assassinato.
Venezuela vai ser tema de reunião paralela da cúpula
O governo brasileiro avalia realizar uma reunião paralela à cúpula do G-20 para discutir a crise na Venezuela. O encontro está em negociação e ainda não entrou na agenda de Jair Bolsonaro, mas é visto por parte da equipe do presidente como um dos possíveis destaques de sua agenda no Japão.
A ideia é que o Brasil patrocine a reunião ao lado do Canadá, segundo uma fonte que participa das negociações. Se confirmado, o encontro seria conduzido pelo próprio Bolsonaro e por Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense, com a participação de representantes de outros países.
Quem faz parte do G-20?
Os líderes dos países com as maiores economias mundiais compõem a cúpula do G-20. Formam o G-20: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia – além de representantes da União Europeia como bloco.
Essas nações representam 90% do PIB mundial, 80% do comércio internacional e abrigam dois terços da população mundial.