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Após ser indiciado pela Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a negar qualquer relação com a tentativa de golpe ou qualquer diálogo sobre o plano de matar o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista à Veja, publicada nesta quinta-feira (22), Bolsonaro afirma que nunca discutiu um plano para matar alguém.
“Lá na Presidência havia mais ou menos 3 000 pessoas naquele prédio. Se um cara bola um negócio qualquer, o que eu tenho a ver com isso? Discutir comigo um plano para matar alguém, isso nunca aconteceu”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente também garantiu que “jamais compactuaria com qualquer plano para dar um golpe”. "Quando falavam comigo, era sempre para usar o estado de sítio, algo constitucional, que dependeria do aval do Congresso", explicou.
Nesta quinta-feira (21), Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no país. A PF enviou o relatório, que está sob sigilo, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo apurou a Gazeta do Povo, para a PF, Bolsonaro sabia do suposto planejamento de um golpe de Estado e das ações que vinham sendo articuladas para que isso acontecesse.
Após o recebimento do relatório, Moraes deve submetê-lo à Procuradoria-geral da República (PGR) que terá duas semanas para decidir se concorda com os pedidos de indiciamento, pede arquivamento ou indica novas diligências.
Os citados serão indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.