Ex-presidente Jair Bolsonaro volta a ser julgado pelo TSE nesta sexta, e diz que vai recorrer ao STF em caso de condenação.| Foto: reprodução/Youtube
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A poucas horas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomar o julgamento que pode condená-lo à inelegibilidade, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que vai recorrer da decisão no Supremo Tribunal Federal (STF). Os magistrados realizam nesta sexta (30) a quarta sessão que julga uma ação do PDT contra ele por suposto abuso de poder político por conta da reunião com embaixadores realizada em julho do ano passado.

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Bolsonaro afirmou que o julgamento “não tem pé e nem cabeça” e que o TSE não tem base jurídica para cassar o mandato dele.

“O meu advogado, dr. Tarcísio [Vieira], participou do julgamento da chapa Dilma-Temer, e o voto decisivo, de minerva, foi o do Gilmar Mendes. Ele votou pelo arquivamento e falou que a Justiça eleitoral não deve existir pra cassar mandatos, muito menos de presidente. [...] Se costuma, no Brasil, se vê julgamento por corrupção e outras coisas. Pela primeira vez, abuso de poder político. Vou conversar com meus advogados e o recurso vai para o STF”, disse em entrevista à Rádio Itatiaia.

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Com base na afirmação de Gilmar Mendes, o ex-presidente criticou a cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), neste ano, e de Fernando Francischini (PSL-PR) em 2018, e que o mesmo pode vir a ocorrer com outros parlamentares.

O ex-presidente voltou a afirmar que só realizou a reunião com embaixadores para falar do sistema eleitoral brasileiro após o ministro Edson Fachin também encontrar os representantes dois meses antes.

“Discuti o inquérito da Polícia Federal aberto na primeira semana de novembro de 2018, após minha eleição, que investigava uma denúncia muito bem fundamentada de fraude nas eleições. [...] Estou sendo julgado por um inquérito aberto até hoje”, afirmou. A denúncia foi esclarecida pelo TSE, que atestou serem íntegros os resultados das eleições de 2018.

Bolsonaro ainda criticou a atuação do TSE durante a campanha eleitoral do ano passado, em que sofreu diversas representações da oposição por materiais usados na propaganda.

“É justo? Pode o TSE me impedir de divulgar imagens do Sete de Setembro? De divulgar foto do Lula com boné CPX na cabeça? Ele foi se reunir com a nata do quê no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro? Lá eu não tenho coragem de entrar nem no caveirão da PM!”, disparou citando a ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à comunidade carioca em outubro do ano passado.

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Para ele, a atuação do tribunal foi parcial durante a campanha: “agora, divulgaram barbaridades a meu respeito sem interferência do TSE”, completou.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]