O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Polícia Federal nesta segunda (19) a prestar depoimento na quinta (22) no âmbito das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Ele, ex-ministros, aliados e militares foram alvos de uma operação deflagrada no começo de fevereiro com base na delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
O depoimento foi marcado para às 14h30 na superintendência da PF em Brasília.
A intimação foi confirmada por fontes na PF à Gazeta do Povo. A reportagem procurou os advogados do ex-presidente e aguarda retorno.
"Seus advogados tomarão as devidas providências afim de assegurar ao Presidente toda a ampla defesa prevista constitucionalmente", disse o advogado Fábio Wajngarten nas redes sociais. Petição a que o jornal O Globo teve acesso aponta que Bolsonaro não vai prestar depoimento até que tenha acesso aos conteúdos encontrados em aparelhos celulares apreendidos durante a operação.
A data marcada pela autoridade para o depoimento do ex-presidente coincide com o dia da posse de Flávio Dino como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em uma cerimônia que será realizada à tarde.
O depoimento também ocorrerá três dias antes de um ato marcado por Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (25), para se defender das suspeitas que vem sendo investigado pela Polícia Federal.
A operação do começo do mês, que mirou Bolsonaro e aliados, cumpriu 37 mandados de prisão e de busca e apreensão em nove estados e no Distrito Federal. O ex-presidente foi alvo de medidas cautelares, como a entrega do passaporte e evitar a comunicação com outros investigados.
Entre os aliados do ex-presidente alvos da PF estão os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (GSI), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), o ex-ajudante de ordens Marcelo Câmara, os ex-assessores Filipe Martins e Tercio Arnaud Thomaz, entre outros.
Segundo a PF, a operação Tempus Veritatis teve como objetivo "apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República [Bolsonaro] no poder".
As apurações apontaram, ainda, que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para "disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022", antes mesmo da realização do pleito, de modo a "viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital".
Os núcleos, diz a PF, se dividiam em dois eixos de atuação, sendo o primeiro na "construção e propagação da versão de fraude nas eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação".
Este, de acordo com a PF, era um discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
Já o segundo eixo atuava na prática de "atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível".
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