O ex-presidente Jair Bolsonaro discursou neste sábado (2) em um evento do PL Mulher e afirmou que, ao longo dos últimos quatro anos, ele e seus eleitores aprenderam a "olhar para as cores da nossa bandeira, sentir emoção ao cantar o Hino Nacional, falar em família, falar em futuro, falar em liberdade no comércio, falar em respeito entre instituições".
A fala ocorre na véspera da semana do feriado da Independência do Brasil, em um momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta impor à população uma campanha de "resgate dos símbolos nacionais".
A narrativa petista diz que Bolsonaro teria se apropriado irregularmente de símbolos nacionais como a bandeira e o hino. Apoiadores de Bolsonaro dizem que o atual governo se ressente do fato do ex-presidente ter conseguido despertar o patriotismo na nação. Afirmam ainda que o Partido dos Trabalhadores vinha tentando substituir a bandeira verde e amarela pela bandeira vermelha da esquerda.
A campanha do governo está apostando nas celebrações de 7 de setembro, com a presença de Lula, para tentar emplacar sua narrativa sobre a data com o slogan: "Democracia, soberania e união". A ideia é ressaltar pontos como "saúde e vacinação", "paz e soberania" e sinalizar para a direita com o lema da "defesa da Amazônia".
Bolsonaro vinha mantendo silêncio ao longo das últimas semanas, quando sofreu ataques sistemáticos do Supremo e da bancada governista na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro.
Ele teve sigilos, quebrados pela Justiça e foi convocado a dar mais um depoimento à Polícia Federal no inquérito que apura a destinação de joias recebidas durante seu mandato. Em paralelo, Bolsonaro foi alvo de acusações sem provas do hacker Walter Delgatti Netto na CPMI e a relatora Eliziane Gama (PDT-MA) pressionou seu ex-ajudante de ordens a aceitar um acordo de delação premiada contra Bolsonaro.
Bolsonaro faz discurso cauteloso após ataques em série do governo e da Justiça
O ex-presidente foi cauteloso no discurso no PL Mulher, evento presidido por sua esposa Michele. "Digo a vocês que o mundo passa, as pessoas mudam, umas nos deixam, outras novas aparecem e eu fico feliz porque bons nomes, boas pessoas vêm surgindo nestes oito milhões e meio de quilômetros quadrados do nosso Brasil", disse Bolsonaro, sem smencionar o fato de ter sido tornado inelegível por decisão do Supremo.
Sem se referir diretamente aos recentes abusos de poder do Supremo, Bolsonaro disse que deve haver "respeito entre as instituições".
"O futuro da nossa pátria passa por decisões politicas. Acredito que ao longo dos últimos quatro anos, juntos nós plantamos mais que sementes, plantamos ideias e ideais para o nosso país", afirmou.
Bolsonaro diz que 2022 é "página virada"
Ele discursou dizendo que o Brasil tem muitas terras agricultáveis, riquezas minerais, biodiversidade, entre outros recursos. "O que falta com todos esses ingredientes para nós termos uma grande nação? Falta é políticos que tenham coração verde e amarelo. Falta gente em mais quantidade para movimentar essa massa e colocar o Brasil no local de destaque que ele bem merece".
A estratégia política do ex-presidente deve ser viajar pelo país para tentar ajudar a eleger o maior número de prefeitos possível para o PL nas eleições municipais de 2024.
"Dei tudo de mim nesses quatro anos, consideremos o ano passado uma pagina virada e vamos em frente porque o nosso Brasil, mais que pressa, ele tem a necessidade de mudar", afirmou.
Michele diz que teve depressão e pensou em morrer após ataques da mídia
A ex-primeira dama Michele Bolsonaro oficializou a deputada Bia Kicis (PL-DF como presidente do diretório do PL Mulher em Brasília e estimulou que mais mulheres se lancem candidatas a cargos eletivos no Brasil.
"Nós não queremos as mulheres só por cotas, nós queremos as mulheres na política porque nós acreditamos no potencial de cada uma delas", afirmou. Michele disse que quer criar uma rede de mulheres de direita que lutem por princípios éticos, patrióticos e que "defendam a palavra do Senhor".
Ela disse em 2019 entrou em depressão e pensou em morrer devido aos constantes ataques da imprensa. "Eu cheguei aqui só para fazer o bem, mas eles só atiravam pedradas, falavam das minhas filhas. Eu me tornei a mulher forte que eu sou graças às pedradas", afirmou.
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