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Em transmissão ao vivo realizada neste sábado (23), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou as investigações da Polícia Federal (PF) que apuram um suposto golpe de estado que envolveria o assassinato de figuras públicas como o presidente Lula (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Uma coisa absurda essa história de golpe. Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas? Não fique botando chifre em cabeça de cavalo”, disse Bolsonaro enquanto cortava o cabelo em São Miguel dos Milagres (AL).
“Golpe agora não se dá mais com tanque, se dá com táxi. E parece que o sequestro não saiu porque não tinha um táxi na hora. Pelo amor de Deus. É uma piada essa PF criativa do Alexandre de Moraes”, prosseguiu.
Em nova crítica a Moraes, Bolsonaro diz que país está sob ditadura
Ao comentar a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos neste ano, Bolsonaro falou sobre liberdade de expressão e mencionou novamente Alexandre de Moraes.
“Isso [vitória de Trump] é muito bom para nós. Aqui no Brasil estamos perdendo a liberdade de expressão. A ditadura cada vez mais se faz presente aqui. E não é chefe do Executivo não, nem chefe do Legislativo. É uma pessoa que está no Judiciário e tem causado muito mal a nós”, disse, em referência ao ministro.
O ex-presidente também criticou as condenações do STF a presos pelos protestos do 8 de janeiro, classificando-as como desproporcionais.
“17 anos de cadeia? Que covardia. 17 anos de cadeia para mulher. Errou ao usar o batom, né?”, disse Bolsonaro, em referência ao caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 38 anos, que está presa desde março de 2023 por ter escrito “perdeu, Mané” com um batom na estátua da Justiça, que fica em frente ao prédio do STF, durante os atos do 8 de janeiro. Débora tem dois filhos, um de 10 anos e outro de seis.
Candidato em 2026
Durante a live, transmitida no perfil de Gilson Machado, seu ex-ministro do Turismo, Bolsonaro disse que “não desistirá do Brasil” e reafirmou que pretende disputar novamente a presidência do Brasil em 2026, enquanto tenta anular a condenação por inelegibilidade, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A direita volta [em 2026]. Ninguém segura mais, em que pese as covardias, as prisões. A gente voltou para não sair mais”, declarou o ex-presidente.