Neste domingo (28), dia em que os venezuelanos estão indo às urnas por conta da eleição presidencial, o ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL), ironizou a reação amena do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aos ataques do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, que tem levantado dúvidas sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral mantido pelo TSE, no Brasil.
Na terça-feira (23), durante um ato de campanha, Maduro disse que o sistema eleitoral de seu país "é o melhor do mundo", comparando-o com o do Brasil, acusado por ele de não auditar as eleições.
"Aqui temos 16 auditorias. Em que outra parte do mundo fazem isso? [...] No Brasil não auditam um único registro", disse para uma multidão apoiadora do chavismo.
Na quarta-feira (24), o TSE informou que não enviaria mais representantes para observar as eleições venezuelanas. A decisão da Corte eleitoral foi motivada pelas declarações do ditador Nicolás Maduro às urnas eletrônicas brasileiras
Neste sábado (27), ao discursar durante ato com embaixadores e observadores das eleições, convidados pelo seu governo, Maduro disse que o TSE ficou incomodado com uma versão “deturpada” da sua fala, mas que falou a “verdade”.
“O sistema eleitoral venezuelano é o sistema mais seguro que se conhece. Dezesseis auditorias. Que ninguém se incomode no mundo, porque esses dias eu disse em relação a um país e se incomodaram. O Tribunal Eleitoral do Brasil se incomodou com uma versão deturpada que publicou o [jornal] O Globo, no Brasil. Mas eu disse uma verdade. Onde fazem 16 auditorias? Em nenhum lugar”, afirmou Maduro.
Maduro também atacou o sistema eleitoral da Colômbia e dos Estados Unidos.
Ao comentar as declarações do ditador, Bolsonaro questionou: “Embaixadores, TSE? Algum inquérito como com Elon Musk?”.
“Viva a democracia!”, completou o ex-presidente em publicação no X, neste domingo (28).
Bolsonaro já foi condenado à inelegibilidade por conta da reunião que fez com embaixadores, no Palácio da Alvorada, em que apresentou indícios de falhas no sistema eletrônico de votação mantido pelo TSE
Bolsonaro também citou Musk em sua publicação por conta do inquérito contra o bilionário instaurado a mando do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, depois das revelações no âmbito do escândalo que ficou conhecido como “Twitter Files Brazil”, no qual Musk, dono do X, denuncia a pressão de parte do judiciário e de políticos brasileiros para censurar perfis da rede social não alinhados à esquerda.
O tema ganhou repercussão a partir da revelação de documentos feita pelo jornalista Michael Shellenberger, em colaboração com a Gazeta do Povo, no início do mês de abril. O jornalista freelancer David Ágape também colaborou com a reportagem.
Os documentos mostram como a plataforma reagiu a pedidos de censura feitos, principalmente, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em 2022.
Em reação às denúncias de Musk, o ministro Alexandre de Moraes determinou a abertura de um inquérito contra o bilionário. No despacho, Moraes também pediu a inclusão de Musk como investigado em outro inquérito já existente, o polêmico inquérito das milícias digitais.
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