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O julgamento da ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível pelos próximos oito anos, que começa nesta quinta (22) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode ser suspenso por até 60 dias se algum ministro pedir vista do processo.
Vista é um pedido que um magistrado pode fazer para realizar uma análise mais aprofundada dos autos, o que pode prorrogar a conclusão do julgamento. A possibilidade não é remota e pode ocorrer por qualquer um dos sete ministros da Corte.
Em entrevista à CNN Brasil nesta quarta (21), Bolsonaro disse espera que algum dos magistrados peça vista do processo – e não seja Kássio Nunes Marques, um dos seus indicados ao Supremo Tribunal Federal (STF) e que faz parte do TSE.
“O Kássio Nunes [Marques] será o 6 a votar e pode ser que já tenha decidido a fatura de um lado ou para o outro. Já que é um voto de quase 500 páginas [do relator, ministro Benedito Gonçalves] o ideal seria que alguém no início pedisse vista”, disse.
Na mesma entrevista, Bolsonaro classificou o julgamento como uma “tempestade em um copo d’água” pela reunião que fez com embaixadores e diplomatas no ano passado, antes das eleições, em que falou sobre o sistema eleitoral brasileiro.
“Eu não sei por que criar uma tempestade em um copo d’água. Apenas foi conversado com eles [com embaixadores em uma reunião] como funcionava o sistema eleitoral. Eu não falei a palavra fraude ali, no tocante às futuras eleições. Falei daquele inquérito da Polícia Federal de novembro de 2018 que, até hoje, não foi concluído ainda. Apenas isso. Qual o problema discutir esse assunto”, questionou Bolsonaro.
O TSE reservou três sessões para a análise do processo: esta quinta (22) e as próximas terça (27) e quinta (29).