O presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou nesta terça-feira (12) com irmãos de Marcelo Arruda, petista morto pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador do governo. A chamada de vídeo foi intermediada pelo deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ). O vídeo com trecho da ligação foi divulgado nas redes sociais.
"A imprensa, obviamente, como toda – quase toda – é de esquerda está quase que botando no meu colo a ação desse cara […] A esquerda politizou o negócio", disse Bolsonaro aos irmãos do petista. O chefe do Executivo convidou os familiares para participarem de uma "coletiva de imprensa" em Brasília sobre o caso.
"Agora, a possível vinda de vocês a Brasília, a possível vinda, se vocês concordarem, qual a ideia? É ter uma coletiva para a imprensa para vocês falarem", afirmou. Otoni de Paula disse, em vídeo divulgado nas redes sociais, que "possivelmente" os irmãos do petista morto por Guaranho estarão com Bolsonaro nesta quinta-feira (14).
O deputado foi ao local do crime e afirmou que recebeu uma "orientação" do presidente para conversar com os familiares do petista. Após a divulgação das postagens do parlamentar, um dos irmãos de Marcelo Arruda disse ao jornal O Globo que pretende aceitar o convite de Bolsonaro. "Estamos ainda definindo se vamos para Brasília ou se vamos pedir para o presidente vir a Foz", disse José Arruda.
Os irmãos do petista reclamaram do uso político do caso. Luiz Arruda citou a presença da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, no velório de Marcelo nesta segunda-feira (11). "Tem que falar a verdade do que aconteceu para não deixar a esquerda tirar proveito com isso. Com toda a certeza, a Gleisi foi aí para aparecer", disse Bolsonaro. José Arruda defendeu Bolsonaro e disse que o presidente "não aceita" violência.
"Ele [Bolsonaro] pediu desculpas por não estar presente aqui, não poder vir no dia que o deputado veio. E bem sensibilizado pelo o que aconteceu. Porque o presidente na verdade ele não propaga esse tipo de coisa, né, de violência. Está acontecendo que algumas pessoas assim que são simpatizantes dele, mas ele de forma alguma aceita esse tipo de atitude das pessoas que falam que são seguidoras dele", disse José ao jornal O Globo.
Viúva de petista disse que ficou surpresa ao saber da ligação
A viúva de Marcelo Arruda, Pâmela Suellen Silva, ficou surpresa ao saber da chamada de vídeo entre Bolsonaro e seus cunhados. "Absurdo, eu não sabia", disse Pâmela ao colunista Chico Alves, do portal UOL. "Os irmãos de Marcelo não estavam na festa, como eles podem ter concordado com o que o presidente falou?", questionou ela.
Pâmela ressaltou que, apesar das divergências no campo político, seu marido sempre respeitou José e Luiz e eles conversavam. A mulher de Luiz chegou a participar da festa de aniversário de Marcelo, segundo a viúva. "Sabíamos que eles apoiavam o presidente, mas não imaginei que chegasse a esse ponto de eles deturparem a real história, dizer que o cara não foi por motivos políticos lá", disse.
"Então, por que ele foi? Se a gente não conhecia ele, se a gente não sabia quem ele era? Ele tirou a vida do meu marido porque Marcelo era gordo, barrigudo? Óbvio que foi por motivo político", ressaltou Pâmela.
Mais cedo, Bolsonaro afirmou que nada justifica o crime e chegou a citar que o policial penal que matou petista também foi alvo de agressões. "O outro foi ferido, ficou caído no chão e daí o pessoal da festa encheu a cara dele de chute. A violência, né? [Para] Os petistas, era a violência do bem, chute na cara de quem está caído no chão. Para quem não sabe direito tudo que aconteceu, as imagens demonstram os atos de violência lá dentro do recinto. Se esse cara morre de traumatismo craniano e não por causa do ferimento à bala, esses petistas vão responder por homicídio", afirmou o presidente.
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