A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai entrar com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta (22) para pedir explicações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ter insinuado que ele seria dono de uma mansão de US$ 8 milhões nos Estados Unidos em nome de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência.
A ação assinada pelo advogado Fábio Wajngarten, ex-secretário de comunicação de Bolsonaro, e outros defensores, será protocolada no mesmo dia em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa a julgar o processo movido pelo PDT por suposto abuso de poder político por conta da reunião com embaixadores realizada no ano passado, antes das eleições, pelo ex-presidente.
A possibilidade de entrar com a ação contra Lula já havia sido adiantada por Bolsonaro no mês passado, em que disse que a afirmação foi um “absurdo”, e que o petista “não pode continuar falando mentiras à vontade, não ser incomodado por praticamente ninguém”.
A defesa do ex-presidente pede que Lula esclareça a quais pessoas físicas ele se referiu e provas e fundamentos para afirmar que o imóvel teria alguma relação com o ex-presidente, segundo documento obtido pela Folha de São Paulo. A alegação é de que o proprietário da mansão é Daniel Cid, irmão de Mauro Cid, e que o valor pago seria de US$ 1,7 milhão, e não de US$ 8 milhões como foi citado por Lula.
Os representantes de Bolsonaro afirmam, ainda, que Daniel Cid tem uma “longa e consolidada carreira” no setor de tecnologia e segurança digital nos EUA, e que isso teria acarretado na construção de “considerável patrimônio de forma completamente lícita”.
Para a defesa do ex-presidente, o histórico profissional de Daniel “não guarda qualquer relação com seu irmão, Mauro Cid, e menos ainda com Bolsonaro que pudessem minimamente lastrear as destinadas afirmações e insinuações publicamente verbalizadas pelo indagado [Lula]”.
“Observe-se, inclusive, que a vida empresarial de Daniel Cid nos EUA é muito anterior ao início do mandato do indagante [Bolsonaro], não tendo qualquer congruência a insinuação de ocultação patrimonial em seu nome”, afirmam no documento.
“A fantasiosa hipótese insinuada aos ali presentes e à sociedade brasileira em geral – haja vista tratar-se de evento televisionado e imagens amplamente repercutidas e compartilhadas nas redes sociais –, é absolutamente inverídica, e sugere que o indagado [Lula] pretendeu, com esse expediente transverso e sub-reptício, atingir a honra e a imagem do indagante [Bolsonaro]”, completam.
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