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Internação

Bolsonaro tem ‘melhora clínica’ e necessidade de operação ainda será avaliada

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Presidente Jair Bolsonaro está internado em São Paulo e a possibilidade de ser submetido a uma sétima cirurgia — sendo a quinta em decorrência do atentado sofrido em 2018 — não está descartada (Foto: Reprodução/Twitter)

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou "melhora clínica" após ser submetido à passagem de uma sonda nasogástrica, segundo informa o segundo e mais recente boletim médico divulgado nesta segunda-feira (3) pelo hospital Vila Nova Star, onde ele está internado, em São Paulo, em decorrência de uma obstrução intestinal.

A unidade hospitalar não informa os exames aos quais Bolsonaro foi submetido, mas assegura que seu quadro clínico evoluiu após a passagem da sonda nasogástrica "sem febre ou dor abdominal". "O paciente fez uma curta caminhada pelo corredor do hospital e permanece em tratamento clínico", informa o boletim médico.

O hospital Vila Nova Star não assegura, contudo, se Bolsonaro ainda precisará ser submetido a uma nova cirurgia. Seria a quinta em decorrência do atentado sofrido em Juiz de Fora (MG) durante a campanha presidencial, em 6 de setembro de 2018, e a sétima cirurgia ao longo desses quase quatro anos.

"Ainda não há avaliação definitiva quanto à necessidade de intervenção cirúrgica", finaliza o boletim médico. O Vila Nova Star não informa os exames aos quais Bolsonaro foi submetido inicialmente, mas o médico pessoal do presidente, Antônio Luiz Macedo, afirma que ele foi examinado por médicos do hospital e que existe a possibilidade de uma nova cirurgia ser descartada.

O que definirá se Bolsonaro será operado ou fará tratamento ambulatorial

A necessidade ou não de Bolsonaro ser submetido a uma sétima cirurgia deve ser definida nesta terça-feira (4). "A decisão se [Bolsonaro] vai ser operado ou não depende de um exame clínico criterioso por parte do cirurgião. Não é uma tomografia que vai dizer se vai ser operado, hemograma, PCR, nada disso. É o exame clínico adequado por parte do cirurgião", afirmou o médico Antônio Macedo em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda.

Pela manhã, Macedo disse em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que acredita que não será necessária uma intervenção cirúrgica. "Provavelmente, não será necessário cirurgia. O quadro é semelhante ao da última vez", afirmou. Ele fez essa avaliação, segundo a Folha, com base nos relatos de outros médicos e resultados de exames de Bolsonaro que recebeu.

Havia uma expectativa de que Macedo, que acompanha Bolsonaro desde o atentado, chegasse a São Paulo às 15h desta segunda-feira (3), segundo informou o próprio presidente em suas redes sociais. Porém, o médico-cirurgião, que estava em viagem nas Bahamas, não aceitou voltar ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo o próprio Macedo, ele deve desembarcar na capital paulista às 2h de terça em uma aeronave de propriedade da Rede D'Or, dona do Vila Nova Star. "Jamais iria gastar dinheiro do governo brasileiro utilizando avião da FAB. O avião não é da FAB", afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

O médico-cirurgião explicou que não teria como chegar em São Paulo em um avião comercial e que embarcaria "à noite". Em entrevista ao jornal O Globo, Macedo também disse que a previsão de desembarque em São Paulo é às 2h de terça-feira.

O que motivou a internação do presidente

O presidente da República deu entrada no hospital Vila Nova Star às 3h desta segunda-feira. Ele estava de férias em São Francisco do Sul (SC), litoral catarinense, quando se queixou de dores abdominais e foi transferido para a capital paulista.

Por meio do Twitter, Bolsonaro relatou que começou a passar mal após o almoço de domingo (2). Citou a passagem da sonda nasogástrica e disse que pode vir a ser submetido a uma nova cirurgia. "Mais exames serão feitos para possível cirurgia de obstrução interna na região abdominal", declarou.

De acordo com a Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal, um desconforto abdominal foi o motivo da hospitalização. A Secom informou que o presidente passa bem e que mais detalhes seriam divulgados posteriormente, após atualizações do boletim médico.

Desde que sofreu o atentado em 2018, Bolsonaro tem complicações recorrentes no intestino e já passou por diversas cirurgias. "É a segunda internação com os mesmos sintomas [obstrução intestinal], como consequência da facada", disse no Twitter. Em julho de 2021, o presidente também precisou ser internado pelo mesmo motivo.

Na ocasião, contudo, ele não precisou ser submetido a procedimento cirúrgico e o tratamento foi ambulatorial, com medicamentos. Mas Bolsonaro já passou por quatro cirurgias por causa da facada. Ele passou por uma quinta cirurgia, em 25 de setembro de 2020, para a retirada de um cálculo na bexiga, e uma sexta, em 3 de julho, para um implante dentário.

O que dizem os familiares e ministros de Bolsonaro

A internação de Bolsonaro comoveu seus apoiadores, familiares e ministros. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o presidente teve "dores abdominais", mas destacou que o quadro clínico é bom. "Tenho informações que ele teve dores abdominais por conta daquele atentado contra ele, em 2018, e ainda hoje ele tem consequências, mas graças a Deus, ele está bem", disse.

Nas redes sociais, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, expressou suas condolências ao presidente. "Minhas orações se unem às de milhões de brasileiros que torcem pela rápida recuperação do nosso presidente Jair Bolsonaro, que está internado para tratar uma obstrução intestinal. Estou certo de que, em breve, ele estará de volta para seguir trabalhando pelo povo do nosso país", destacou.

O ministro-chefe da Secretaria Geral, Luiz Eduardo Ramos, conclamou os amigos e apoiadores para uma corrente de oração pelo presidente e citou que a obstrução intestinal é sequela do atentado sofrido em 2018. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, também destacou sua oração por Bolsonaro e citou o atentado. "Está com os mesmos sintomas que são consequências da facada e das quatro cirurgias. Que Deus o abençoe", comentou.

A família de Bolsonaro também focou no atentado sofrido ao comentar sobre a internação. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) publicou nas redes sociais uma imagem do momento em que o pai sofre o atentado com o questionamento "quem mandou matar Bolsonaro?".

O vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) criticou os opositores e críticos de Bolsonaro por mensagens publicadas nas redes sociais. "A turma do ódio do bem ou ódio permitido invade mais uma publicação! Crer que a facada de antigo filiado do PSOL foi um fato isolado não é inocência. Teremos questionamentos sobre as claras exposições de ódio ou para variar não? É tudo tão claro e a história sempre mostrou isso!", disse.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o pai passa bem e não deixou de demonstrar sua indignação com os opositores. "Cada vez que ele passa por isso é impossível não se indignar com a mentira de que Bolsonaro tem discurso de ódio, quando na verdade ele é a vítima do ódio de um ex-militante do PSOL e de mal amados hipócritas desejando sua morte", declarou.

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, agradeceu as orações e mensagens de carinho recebidas e lembrou que a internação advém do atentado sofrido. "Sequela que levaremos para o resto de nossas vidas. Mas Deus é bom e tem o controle de todas as coisas", afirmou.

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