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Crise na Venezuela

Bolsonaro não vê derrota para Guaidó e diz que governo Maduro pode ruir

Presidente Jair Bolsonaro fala sobre a crise na Venezuela. Isac Nóbrega/PR (Foto: PR)

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quarta-feira (01) que não vê derrota na situação do presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, na tentativa de derrubar governo do ditador Nicolás Maduro. Bolsonaro esteve nesta manhã no Ministério da Defesa para uma reunião com o ministro Fernando Azevedo e Silva e afirmou que acredita em uma “fissura” na cúpula das Forças Armadas venezuelanas, abrindo a possibilidade de o governo de Maduro ruir.

“Não tem derrota nenhuma. Eu elogio o espírito patriótico que ele [Guaidó] tem de lutar por liberdade”, disse Bolsonaro ao sair da reunião. O presidente brasileiro disse acreditar na possibilidade de o governo Maduro ruir com a “fissura que se aproxima da cúpula das Forças Armadas”.

Até agora, a avaliação de analistas que acompanham a escalada da crise na Venezuela é de que Guaidó está em uma posição enfraquecida, já que não conseguiu o apoio de militares de alta patente nas Forças Armadas venezuelanas. O presidente autoproclamado convocou novos protestos no país para esta quarta-feira (01).

PT divulga nota de apoio ao ditador

O PT divulgou um comunicado, no qual "condena a recente tentativa de golpe na Venezuela, levada a cabo pela oposição da direita golpista e antichavista."

Para o partido, a permanência de Maduro "é um resultado claro do apoio que o partido e seu governo tem junto às pessoas, após anos de políticas voltadas ao bem-estar da população e contrárias à exploração imperialista e das elites locais".

"A solução dos problemas venezuelanos passa por levantar o embargo econômico internacional de que o país e, principalmente, sua população, são vítimas", defende o partido, em nota assinada por Gleisi Hoffmann, presidente do PT, o senador Humberto Costa e o deputado Paulo Pimenta.

Intervenção militar

Bolsonaro também afirmou que a possibilidade de uma intervenção militar brasileira no país vizinho é “próxima a zero”, e que uma eventual decisão neste sentido seria tomada após ouvir o Conselho Nacional de Defesa, com a participação do Parlamento.

A fala veio depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ressaltou no Twitter nesta terça-feira (30) que uma eventual decisão de intervenção militar em outro país deve ser autorizada pelo Congresso Nacional.

Mais cedo, Bolsonaro havia dito através da rede social que uma decisão nesse sentido seria decidida exclusivamente por ele.

Reflexos no Brasil

Nesta quarta-feira (01), Bolsonaro também afirmou que acompanha com preocupação a situação na Venezuela por causa dos impactos que a crise pode ter no Brasil. Ele ressaltou que, com a crise no país vizinho, o preço do petróleo tende a aumentar, fazendo com que haja uma alta no preço do combustível no Brasil.

Ele também ressaltou que o fornecimento de energia elétrica em Roraima está em situação de emergência, já que o estado é abastecido pela rede venezuelana. O estado está sendo alimentado por termelétricas, que consomem mais de 1 milhão de litros de óleo diesel por dia. Bolsonaro defendeu a construção de um linhão de transmissão de energia entre Manaus e Boa Vista para que o estado receba energia elétrica brasileira. A construção esbarra em problemas ambientais.

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